Eduardo Brasil
Repórter
www.onorte.net/eduardobrasil
O vereador Cori Ribeiro - PPS é um dos seis pré-candidatos da câmara municipal de Montes Claros que vislumbram conquistar nas urnas de outubro deste ano um mandato parlamentar em Belo Horizonte ou em Brasília.
Vereador pretende levar para a assembléia do estado o comportamento ético e moral com o qual tem atuado na câmara de Montes Claros
(fotos: arquivo/ Wilson Medeiros/ Samarone)
Ouvido pela reportagem de O Norte, por telefone, na tarde de ontem, o aspirante a uma das cadeiras da assembléia legislativa de Minas Gerais revelou disposição para o duelo eleitoral, sustentado na base de apoio que estaria arregimentando de forma segura e longe de qualquer espírito de aventura política em Montes Claros e no Norte de Minas. Apoio que lhe garantiria as dezenas de milhares de votos que precisaria para se eleger deputado estadual - entre eles, o do prefeito e correligionário Athos Avelino.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
TRAJETÓRIA
Cori Ribeiro é funcionário público, técnico da Receita Estadual. Seu ingresso na política se deu ainda na década de 1980, quando engrossava fileiras do movimento estudantil, e de onde desembarcou para ser um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores em Montes Claros.
Em 1986, decide desligar-se do PT e filia-se ao PSB, elegendo-se em seguida presidente da sua executiva. Em 2000, tenta o primeiro mandato na câmara municipal, obtendo mais de 1.300 votos nas urnas, mas não conseguindo se eleger por falta de legenda.
Três anos depois, face à desarticulação do diretório do PSB no município, Cori Ribeiro decide trocar de partido pela terceira vez, passando a integrar o PPS. E teve mais sorte: foi eleito vereador pela sigla, em 2004, com 2.732 sufrágios, sendo o oitavo candidato mais bem votado daquele pleito.
Hoje, porta-voz do executivo no legislativo municipal, Cori Ribeiro confessa que chegou a pensar em deixar a política no ano passado, contrariado com as dificuldades que encontrou para colocar em prática projetos sociais. Segundo ele, foi um momento de frustração com a sua própria atuação como parlamentar - e que passou. Agora, entusiasmado com a experiência que adquiriu no plenário, está convencido de que pode fazer muito mais pelo povo de Montes Claros e do Norte de Minas na assembléia legislativa.
CANDIDATURA DO POVO
Cori Ribeiro acrescenta que a sua disposição de representar a região no parlamento estadual não atende a uma aspiração pessoal, mas que seria resultado de uma convergência de pessoas que acreditam na sua atuação como homem público, demonstrada na câmara municipal e pautada na ética, na moralidade e, sobretudo, no diálogo democrático que traga soluções para os problemas do povo. Segundo ele, trata-se de uma candidatura que reflete o senso do coletivo, sem decisões individuais.
Para chegar à assembléia do estado, o vereador precisaria reunir pelo menos quarenta mil votos. E ele já comemora a adesão de, no mínimo, dez mil deles somente em Montes Claros. São votos procedentes do que ele denomina de base corporativa, referindo-se ao Sindicato de técnicos de tributos estaduais e à Associação da categoria, integrada por ele, que optaram por apoiá-lo nas urnas em decisão tomada oficialmente em assembléia.
Entre estes dez mil votos estaria ainda o do prefeito de Montes Claros, Athos Avelino. Embora o chefe do executivo até agora não tenha confirmado essa adesão ao pré-candidato correligionário, Cori Ribeiro afirma não ter dúvida a este respeito; Athos é meu eleitor.
METAS
Cori Ribeiro quer ser um deputado estadual atuante, que represente à altura o Norte de Minas. Seus principais objetivos é fomentar a institucionalização de políticas públicas para a região, no sentido de que os norte-mineiros possam avançar no seu desenvolvimento considerando questões fundamentais para isso como cidadania, educação, saúde e geração de emprego e renda, dando fim ao paternalismo que tem caracterizado as ações nesse sentido.
Cori Ribeiro: - Espero reunir dez mil votos somente em Montes Claros. Um deles, do prefeito Athos Avelino, que é meu eleitor
Para ele, o Norte de Minas precisa reagir a discriminações dos governos estadual e federal, deixando de ser lembrada pela sua miséria e valorizada pelos seus potenciais, pela sua condição de terra promissora e que merece receber investimentos de maior envergadura.
Para que esses objetivos sejam alcançados, o vereador torce para que Montes Claros e o Norte de Minas consigam eleger o máximo de candidatos nas próximas eleições. Ele entende ser pouco o número de parlamentares, chamados puro-sangue na defesa de seus direitos, observando que este número pode chegar a dez, considerando que são mais de dois milhões de eleitores na região.
DIVIDOR DE ÁGUAS
Assim como outros aspirantes ao pleito de outubro, também ouvidos nessa série de reportagens de O Norte, Cori Ribeiro sente-se ainda mais incentivado a disputar as urnas com as novas regras eleitorais que vigorarão neste ano – que possibilitarão a igualdade entre os concorrentes, proibindo o abuso do poder econômico.
Ele confessa estar mais esperançoso, motivado pelo rigor das novas leis que visam, ainda, perseguir e punir os que se utilizam da corrupção eleitoral, expediente que ele tem se empenhado em abolir. Cori, a propósito, é autor de projeto de lei de sua autoria que tramita no legislativo municipal que trata exatamente do combate à corrupção eleitoral.
O porta-voz do executivo na câmara municipal encerra a entrevista afirmando acreditar que as eleições de outubro serão um divisor de água para o Norte de Minas, uma vez que o eleitor mostrará nas urnas que já não se deixa enganar por políticos aventureiros. Para ele, a região será outra. Assim como o Brasil também será. Segundo Cori Ribeiro, seremos finalmente o país da ética, da moral, da justiça social.