O procurador Regional da República, Carlos Fernando dos Santos Lima, afirmou nesta sexta-feira (04), que o conjunto de indícios contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ‘é bastante significativo’. O petista é alvo da Operação Aletheia, o ápice da Operação Lava Jato.
Lula foi conduzido coercitivamente – quando o investigado é levado para depor, mesmo contra a vontade, e liberado – a uma unidade da Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde prestou depoimento.
O ex-presidente começou a falar por volta das 8h. O depoimento durou quase 4 horas.
- Trata-se de apenas de mais uma etapa da Operação Lava Jato, etapa necessária diante das provas colhidas durante as investigações – explicou o procurador. S
Segundo ele, o conjunto de indícios é bastante significativo.
- Infelizmente muitos dele apareceram na imprensa muito antes de nós podermos fazer uma investigação aprofundada, como por exemplo, compras de pedalinhos para o sítio e obras feitas pela Odebrecht.
Segundo o Ministério Público Federal, ‘há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobrás por meio da destinação e reforma de um apartamento tríplex e de um sítio em Atibaia, da entrega de móveis de luxo nos dois imóveis e da armazenagem de bens por transportadora. Também são apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras.
- Este é o momento de sermos republicanos. Não há ninguém isento de investigação no País. Na força-tarefa Lava Jato, em Curitiba, nós investigamos apenas pessoas sem foro privilegiado. Neste caso o sr Luiz Inácio não tem foro privilegiado - afirmou.
As entradas e saídas de valores do Instituto Lula e da LILS Palestras, ligadas ao ex-presidente, o apartamento 16-4A, no Condomínio Solaris, no Guarujá, o sítio Santa Bárbara, em Atibaia, e o pagamento de um guarda-móveis são alvo da Aletheia.
O procurador disse que, entre 2011 e 2014, 60% das doações do Instituto Lula e 47% dos valores das palestras pagas à LILS Palestras são oriundos das cinco maiores empreiteiras envolvidas no esquema Petrobrás, investigado na Lava Jato.