Samuel Nunes
Repórter
Não sei como ganhar uma política, mas sei como perder. Sempre que é entrevistado, Jarbas Pimenta costuma proferir esta frase. Em sua mansão, no Bairro Jardim São Luiz, ele reafirmou a O NORTE esta sua posição, quando recebeu a reportagem e, por mais de duas horas, falou sobre reforma tributária e política, e revelou que é candidato à presidência do Brasil em 2014.
Jarbas Pimenta, 54 anos, nasceu em Santo Antônio da Boa Vista, município de São João da Ponte. Ele é casado com Sandra Librelon, com quem tem cinco filhos, Daniel, Tiago, Felipe, Jéssica e Talita.
Auditor da receita federal há 30 anos, Jarbas Pimenta afirma que já concorreu a cerca de sete eleições, pelas mais diferentes siglas partidárias, sem ter obtido êxito em nenhuma delas. Jarbas é bacharel em Direito, administrador de empresas rurais, técnico em contabilidade, graduado em didática pela universidade de São Luiz, técnico em transação imobiliária. Ele se diz, ainda, um profundo conhecedor em matemática financeira, topografia e um dos maiores tributaristas do país.
fotos Xu Medeiros
- Tenho uma meta pessoal: tornar-me presidente do Brasil. Para isso, tenho estudado diuturnamente metas que pretendo colocar em prática como presidente do Brasil. Não sou candidato a presidência nas eleições deste ano porque não consegui espaço em nenhum partido para tal - diz.
Sobre impostos, ele lembra que o Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo e precisa de uma reforma.
- De 1º de janeiro ao dia 24 de maio, o brasileiro trabalha para pagar impostos. É preciso uma reforma geral e radical na carga tributária no país, mudança esta que passa, por exemplo, por uma política tributária uniforme para todo o país. É necessário que os nossos governantes e eu, quando estiver na presidência da república, façamos uma simplificação da máquina fiscal - afirma.
Pimenta criticou ainda o sistema financeiro nacional, que, para ele, é arcaico, pois data de 1964.
- Quando eu for presidente da República, em 2014, quero fazer um Brasil para as pessoas e não para mim. O país tem, por exemplo, que autogerir - afirma.
Jarbas Pimenta cita como exemplo as reformas política e tributária, além de uma mudança de mentalidade dos poderes executivo, legislativo e judiciário e reforma do sistema penal, com a erradicação da impunidade no país. O pré-candidato a deputado estadual afirma que tem dinheiro para bancar sua própria campanha e que é necessário independência, mas, ao mesmo tempo, harmonia entre os poderes constituídos.
- É relevante que em nosso país a impunidade seja extinta, reformando o código penal. É inadmissível que um trabalhador ganhe um salário mínimo de R$ 510 e um assaltante, alguém que comete um delito, seja preso e o estado gaste R$ 1.700 por mês com este detento - afirma.
Nas eleições deste ano, Jarbas diz que enfrentará as urnas pelo PSOL e concorrerá a deputado estadual. Quanto a 2014, afirma que será candidato à presidência da república com um projeto moderno para o país, que passa primeiramente pela criação de um partido político, que será lançado daqui a três anos em rede nacional de televisão por ele próprio.
- Tenho um projeto que é a criação de um grande partido político, com ideologias e um código de ética que atenda todos os princípios e necessidades na política de um Brasil para os brasileiros. Este partido terá respeito aos direitos humanitários na construção de um mundo fraterno e solidário. Este será um partido totalmente independente - diz.
Para o pré-candidato, 99% dos eleitores são encabrestados. Neste sentido, cita três perfis: o Zé Bonzim, que vota em determinado candidato por ser bom; Zé Bonitim, pela beleza física principalmente; Zé Maria vai com as outras, eleitor que vota em quem os outros mandarem; e Zé Paga mais, que é o eleitor que infelizmente vende seu voto.
- Estes são alguns dos eleitores que temos. É preciso que os eleitores façam a escolha certa, optando por políticos idôneos, capacitados, trabalhadores e que tenham habilidade no trato com a coisa pública - afirma.
Jarbas Pimenta enfatiza a necessidade de inserir na administração pública pessoas com conhecimentos técnicos em detrimento de indicações políticas e afirma que, como presidente do Brasil, vai implantar esta metodologia de governo.
- Esta medida independe de qualquer tipo de relação com o congresso e o senado federal. É extremamente necessário acabar de vez com a falsa governabilidade, extinguindo o loteamento de cargos públicos. No Brasil, posso dizer de forma categórica que há uma picaretagem na administração pública e vamos mudar este quadro - diz.
Para combater a fome e a miséria no país, segundo Pimenta, é preciso estimular as empresas e a produção nacional, aumentando a renda per cápita do brasileiro.
- É necessário ampliar e contrapor arrecadação e aplicação dos recursos públicos para dar maior eficiência às verbas públicas, combatendo a criminalidade, sonegação fiscal e a disparidade no erário público. Outro ponto que merece ser destacado é a necessidade da parceria público-privada, com a implementação de parcerias entre os estados, municípios e usuários, para que possa se melhorar o atendimento na área de saúde e educação - afirma.
Como a maioria dos políticos da região, Jarbas defende a necessidade de se priorizar a eleição dos norte-mineiros.
- A nossa região tem tranquilamente condições de eleger 17 candidatos a deputado estadual. O meu primeiro projeto é me eleger como deputado estadual. Para isso, tenho que ter entre 10 a 15 mil votos. Depois, o próximo passo é ser candidato à presidência da república em 2014. Se não der certo, lanço candidatura a vereador em 2014 e à presidência do Brasil em 2018. Tenho 54 anos e quero com 62 anos ser presidente do Brasil - conclui Jarbas Pimenta.