A Câmara Municipal de Montes Claros realizou na manhã desta quarta-feira (30) audiência pública, de iniciativa da Comissão de Segurança e Direitos Humanos atendendo solicitação do Sintec/MG – Sindicato dos Trabalhadores dos Correios. A reunião debateu a privatização dos Correios e os prejuízos à população e servidores.
Entre os assuntos destacados, foi citada a insegurança e falta de condições de trabalho dos servidores, casos de assédio moral, o fechamento de agências, a interrupção de atendimento aos sábados, e a não entrega de correspondências em bairros novos e sem CEP.
O presidente da comissão, o vereador Cláudio Prates (PTB) acredita que a audiência permitiu o esclarecimento à população quanto à realidade da instituição e seus servidores. Ele também enfatizou a importância da publicitação deste assunto para mover a opinião pública.
- A gente sabe que o caso dos Correios é mais complexo, porque é uma instituição federal. Mas tudo que foi dito aqui será encaminhado para deputados da região para que possam ser a voz junto ao governo contra essa privatização - garante o presidente.
Aclepiades Antônio de Oliveira Filho, assessor econômico da diretoria do Sintec/MG, acredita que a união de esforços é o ponto de partida para solucionar os problemas que os Correios vem passando.
- Nós trabalhadores não estamos lutando somente por nossos interesses, mas também da nossa missão perante a população, porque isso reflete a nossa imagem. Vários profissionais já passaram por situações de agressão por conta da queda da qualidade do serviço. O cidadão que recebe o boleto com quinze dias de atraso, ele acha que é culpa do carteiro - ressalta.
O diretor do Sintec/MG, Haino Souza Dutra, repudiou a proposta de terceirização dos Correios, e a falta de respeito com os clientes e trabalhadores.
- Nós queremos melhores condições de trabalho, uma empresa estatal e pública, e o fim da manipulação por CEP. Estamos todos juntos nessa luta - pontua.
Danielle Santos Santana, diretora do sindicato, disse que o encontro foi oportuno para concentrar as queixas, preocupações e anseios dos trabalhadores.
- A audiência nos ofereceu alternativas para que possamos começar a luta. Isso ainda vai gerar muitas batalhas. Precisamos de mais atitude e tempo para que possamos discutir as ações, possamos visitar e ouvir a população.
Na sessão estiveram presentes representantes de bairros que falaram na tribuna do plenário e demonstraram apoio a causa dos servidores.
