Samuel Nunes
Repórter
Aconteceu na manhã de ontem, 18, na câmara municipal, audiência pública proposta pelo vereador Alfredo Ramos (PT), objetivando discutir as mudanças no transporte coletivo de Montes Claros. Inicialmente, foi mostrado um vídeo onde os vereadores Alfredo Ramos e Claudim da prefeitura colheram depoimentos de usuários do novo sistema na Praça Doutor Carlos.
Segundo os vereadores, constatou-se que as principais reclamações se referem aos constantes atrasos nos horários, à redução do número de ônibus e aos transtornos causados pelas novas numerações com quatro dígitos.
O presidente da MCTrans, Orlando Walter, disse que a mudança tem como objetivo a melhoria da qualidade do transporte e que aproximadamente 4 mil pessoas diariamente têm participado do sistema de integração.
A diretora executiva da ATCMC, Jaqueline Camelo, afirmou que as empresas Alprino e Transmoc participaram da licitação em 2006, e, posteriormente, em 2007, assinaram o contrato para operacionalizar o serviço na cidade, no qual constava a implantação do sistema integrado, sendo esta uma das exigências às empresas vencedoras da licitação.
Jaqueline disse ainda que as empresas chegaram a perder 15% em termos de usuários durante os primeiros dias da implantação. Explica que após 45 dias percebe-se uma recuperação no número de passageiros entre 6 a 7%.
O promotor de justiça Felipe Caíres disse que, do ponto de vista jurídico, a implantação do sistema integrado é um caminho sem volta e deveria ser feita independentemente de quem fosse o prefeito a implantação deveria ser feita. No entanto, segundo o promotor, as empresas assinaram compromissos que devem ser cumpridos, como, por exemplo, com relação aos horários. Ele disse que não pode haver atraso de mais de 2% do total das viagens realizadas e que as empresas precisam avançar no cumprimento de suas obrigações.
(FOTO SAMUEL NUNES)Felipe Caires: as empresas assinaram compromissos que devem ser cumpridos, como os horários.
Para o coordenador do Procon, advogado Leandro Aguiar, faltou logística para a implantação do novo sistema, uma vez que, desde 2006, já era prevista sua implantação.
Adiel Batista, liderança comunitária do distrito rural de Jardim Alegre, criticou o modelo de transporte coletivo vigente e disse que, enquanto não for construído o terminal rodoviário, os problemas não serão resolvidos.
Marcos Antônio Lopes, funcionário público municipal, reclamou do atendimento do transporte público oferecido à população, principalmente às pessoas portadoras de necessidades especiais.
O vereador Alfredo Ramos sugeriu ao final da audiência pública a criação de uma ouvidoria na MCTrans e de um fórum permanente de discussão e acompanhamento dos problemas do transporte coletivo.
Por fim, Ramos afirmou que, enquanto o contrato que rege o trabalho das empresas do transporte não for integralmente cumprido, não poderá haver aumento no preço da passagem.