Aprovado projeto para política estadual da saúde do homem

Jornal O Norte
Publicado em 09/04/2010 às 09:39.Atualizado em 15/11/2021 às 06:25.

Neumar Rodrigues


Repórter



O plenário da assembleia legislativa de Minas Gerais aprovou em reunião extraordinária, na noite de quarta-feira (7), o projeto de lei do deputado Ruy Muniz, que institui a política estadual da saúde do homem. O objetivo é promover a melhoria das condições de vida da população masculina e reduzir a morbidade e a mortalidade entre os homens. A política será implementada no âmbito do SUS - Sistema único de saúde e seguirá os princípios gerais adotados pelo SUS, mas garantindo também a promoção e a proteção da saúde do homem em conformidade com suas peculiaridades socioculturais.



Conforme o projeto, aprovado na forma do vencido (como foi votado em 1º turno), são diretrizes da política estadual de saúde do homem, entre outras: a integração do homem à rede de serviços do SUS; a priorização da atenção básica desenvolvida pelo Programa de Saúde de Família (PSF); a integração da política de atenção integral à saúde do homem às demais políticas, estratégias e ações do SUS; a articulação de diversas áreas do governo e da sociedade e a inclusão do enfoque de gênero, orientação sexual e identidade de gênero nas ações socioeducativas.



Ruy Muniz informou que os objetivos dessa política são contribuir para a mudança da percepção do homem em relação à sua saúde e a de sua família; estimular a participação da população masculina nas atividades de prevenção de doenças comuns no homem; implantar a atenção à saúde sexual e reprodutiva dos homens; e estimular, na população masculina, o cuidado com sua própria saúde. “Muito se fala da saúde da mulher, do idoso e da criança. Mas nunca em uma política de saúde voltada para a saúde do homem. Com a aprovação do Projeto, o Governo de Minas vai criar uma política específica de atenção à saúde do homem e promover ações como comunicação, promoção à saúde, expansão dos serviços, qualificação de profissionais e investimento na estrutura da rede pública”.



O parlamentar, que também é médico e sempre se preocupou com a saúde da população, disse que “essa política de saúde específica para o homem, parte da constatação de que os homens, por uma série de questões culturais e educacionais, só procuram o serviço de saúde quando perderam sua capacidade de trabalho. Com isso, perde-se um tempo precioso de diagnóstico precoce ou de prevenção, já que chegam ao serviço de saúde em situações limite”.



Segundo do deputado, em geral, os homens têm medo de descobrir que estão doentes e acham que nunca vão adoecer, por isso não se cuidam. Não procuram os serviços de saúde e são menos sensíveis às políticas. Isso coloca um desafio ao governo mineiro e ao SUS, já que vai exigir do sistema mudanças estruturais para que o sistema esteja mais sensível, inclusive com o treinamento de profissionais para que olhem de forma mais atenta a essa população”, conclui Ruy Muniz.



A não-adesão às medidas de saúde integral por parte dos homens leva ao aumento da incidência de doenças e de mortalidade. Números do Ministério da Saúde mostram que, do total de mortes na faixa etária de 20 a 59 anos – população alvo da nova política -, 68% foram de homens. Ou seja, a cada três adultos que morrem no Brasil, dois são homens, aproximadamente. Os últimos dados de óbitos consideram o ano de 2005. Além disso, números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, embora a expectativa de vida dos homens tenha aumentado de 63,20 para 68,92 anos de 1991 para 2007, ela ainda se mantém 7,6 anos abaixo da média das mulheres.

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