Advogada Aline Leal Bastos Morais de Barros, de 46 anos, natural de Rio Casca e residente em Montes Claros (Redes Sociais/Divulgação)
A advogada Aline Leal Bastos Morais de Barros, de 46 anos, natural de Rio Casca e residente em Montes Claros foi identificada como uma das pessoas que seguiu em ônibus que saiu da cidade em direção a Brasília para participar de ato antidemocrático neste domingo, 9, que resultou em intervenção, decretada pelo presidente Lula.
A advogada foi candidata a deputada federal pelo PL, em coligação que apoiou o candidato derrotado Jair Bolsonaro. Em sua situação como candidata nas eleições de 2022, consta que ela não tem " bens declarados".
Em ocasião anterior, ela já havia participado de manifestação na Câmara Municipal da cidade a fim de impedir a votação de projeto que destinava recursos do orçamento às minorias , em especial aos LGBTs, usando o discurso de que era " a favor da família".
A própria advogada postou vídeo em sua rede social em que aparece na capital federal e fala sobre a manifestação. Diante da repercussão do fato em Montes Claros, ela posteriormente apagou a publicação. A reportagem entrou em contato por meio de Whatsapp, a mensagem foi visualizada, mas até o fechamento da edição a advogada não deu retorno.
Procurada, a OAB de Montes Claros se manifestou por meio de nota , dizendo que segue o posicionamento do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
"A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) considera inaceitável a invasão dos prédios públicos e os ataques desferidos contra os Três Poderes realizados neste domingo.
Além da depredação física, os ataques têm como objetivo o enfraquecimento dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e da Constituição Federal, que são os pilares do mais longevo período democrático da história brasileira.
Tais atos devem ser repelidos pelas forças de segurança de acordo com as disposições legais. É hora de encerrar de uma vez por todas os intentos contra o Estado Democrático de Direito no país. Somente assim será possível buscar a pacificação necessária ao Brasil. Para isso, é preciso que os artífices dos levantes golpistas sejam identificados e punidos, sempre tendo acesso ao devido processo, à ampla defesa e ao contraditório.
A OAB lembra que as liberdades de expressão e manifestação, protegidas pela Constituição Federal, não incluem permissão para ações violentas nem para atentados contra o Estado Democrático de Direito.
A Ordem acompanhará os desdobramentos do episódio e está pronta para atuar, de acordo com suas incumbências legais e constitucionais, em defesa das instituições republicanas e das prerrogativas de advogadas e advogados que trabalharem nos casos decorrentes dos eventos deste domingo, usando para isso, inclusive, ações judiciais". Assinam a nota , a Diretoria Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, o
Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil e o Colégio dos Presidentes de Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil .
O Ministério da Justiça criou um canal para receber informação sobre vândalos que participaram do ato em Brasília. Qualquer cidadão que tenha informações, fotos e vídeos da invasão podem enviar e-mail para o endereço eletrônico: denuncia@mj.gov.br .
No Instagram , algumas páginas com teor semelhante foram criadas para o mesmo fim. Internautas tem enviado imagens e a advogada Aline Bastos , por ora, é a única montes-clarense identificada e já são mais de 900 comentários sobre a participação da norte-mineira na manifestação.
Entre expressões de escândalo, indignação e revolta, internautas de MOC, após verem as imagens na página @contragolpebrasil, pedem que as autoridades tomem alguma atitude para coibir outros atos antidemocráticos por parte da sociedade civil. “A justiça virá na mesma medida da destruição” escreveu uma internauta.
Brasília continua sob intervenção federal e os manifestantes começaram a ser retirados do acampamento pela polícia militar. Até o final da tarde desta segunda-feira (9), a informação é de que mais de 1500 pessoas já haviam sido identificadas e presas e todas serão ouvidas.