(MÁRCIA VIEIRA)
Uma disputa apertada e a busca voto a voto pelo apoio dos prefeitos. Assim foi a eleição da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), ontem, que elegeu para o cargo o atual presidente da entidade, o prefeito de Januária, Marcelo Félix (PSB). Foram 20 votos a 19 obtidos pelo prefeito de Francisco Sá, Mário Osvaldo Casassanta (PT).
Dos 93 prefeitos filiados, apenas 42 estavam adimplentes com a entidade e puderam votar. Dois anularam o voto e um votou em branco.
Ao ser anunciado como vitorioso, Marcelo Félix conversou com O NORTE sobre os planos para o próximo mandato.
“Foi uma vitória apertada, como sempre é na Amams. Mas graças a Deus fomos vitoriosos e vamos continuar o nosso trabalho, especialmente na tarefa de descentralizar a saúde. São apenas sete microrre-giões no Norte de Minas e necessitam de um investimento maior para desafogar o atendimento de Montes Claros. Vamos levar essa pauta adiante e discutir isso com o governador. Temos certeza que isso vai trazer muitos benefícios para o Norte de Minas”, declarou.
Durante o processo eleitoral, estiveram na Amams o deputado federal eleito Paulo Guedes (PT), que apoiou o candidato Mário Osvaldo, e o deputado estadual eleito José Reis (PHS), ex-presidente da entidade e apoiador de Marcelo Félix.
O novo presidente recebeu também o apoio do futuro ministro do Turismo do governo Bolsonaro, deputado Marcelo Álvaro Antônio.
Sobre o assunto, Marcelo disse ser comum a participação de deputados nessa disputa, mas ressaltou que irá trabalhar no sentido de abrir espaço a todos, indistintamente.
“Todos os deputados estão com as portas abertas. A Amams é uma casa aberta e o ideal é defender os interesses do Norte de Minas. Tivemos uma gestão que prestou um trabalho importante, somos todos amigos e Mário Osvaldo é uma pessoa amiga, uma pessoa companheira. Tenho certeza que não vai haver divisão”, disse.
RECURSO
O advogado de Mário Osvaldo, Roberto Miranda, discordou do andamento das eleições e disse que vai entrar com recurso para reverter a situação, já que “o processo democrático foi ferido no seu nascedouro”.
De acordo com o advogado, quatro prefeitos chegaram depois do horário estabelecido – 10h – e, por isso, não poderiam ter votado. “Isso já maculou o processo. Outra situação é que nós entramos com uma ação e a juíza garantiu uma liminar na sexta-feira para o presidente apresentar os espelhos bancários das prefeituras. Como ele não foi encontrado na sexta, a secretária foi citada. Alguns prefeitos que votaram não estão adimplentes com a entidade. Vamos pedir a anulação da eleição e estamos confiantes”, afirmou Roberto.
Um dos advogados da chapa vencedora, Marcos Vinícius Silva disse que não há nenhuma regra no estatuto que impeça a votação depois do início do pleito.
“A possibilidade de anular a eleição é zero, porque essa regra não está clara no estatuto. Os casos omissos são deliberados por assembleia e foi o que aconteceu, foi definido que eles poderiam votar”, disse Marcos Vinícius.