Vencer as eleições no grito

Jornal O Norte
Publicado em 13/09/2010 às 10:28.Atualizado em 15/11/2021 às 06:38.

Gilson Nunes


Jornalista



A campanha dos candidatos a um cargo público nas próximas eleições tem sido das mais barulhentas desde que foi instituída a lei q eu proíbe os famosos showmícios. Ao que aprece, os candidatos querem ganhar as eleições no grito. A poluição sonora de Montes Claros não tem limites: o importante é que o meu nome apareça mais do que a do outro adversário político. Pergunta-se: onde estão as propostas dos candidatos? a criatividade? os recursos técnicos de campanha, como por exemplo, a internet? É bem possível que todos os candidatos estejam cegos. Ou melhor, enxergam, mas somente a si mesmos.



A população montes-clarense parece indefesa, impotente, mas, não deveria nem estar e tampouco pensar assim. Imagine: se agora que os candidatos são apenas meros candidatos, como é que serão depois de eleitos? Arruaceiros, baderneiros, e o que é pior: terão aprendido que é no grito que se leva a melhor. De qualquer forma, ainda dentro do assunto de campanha, é possível encontrar algum candidato, inteligente, criativo, respeitador da sociedade, conveniente, capaz de sobressair na campanha, sem que se obrigue a entrar na chuva dos desesperados, baderneiros. É salutar dizer que em alguns Estados da federação, existe uma lei que proíbe atitudes de desrespeitos dessa natureza. Um deles é o Estado do Mato Grosso. Em Cuiabá a campanha dos candidatos tem sido ou vem acontecendo por meio de carreatas pela vias públicas da cidade - o que também haveria de ser proibida, pois o que atrapalham o trânsito, não tem explicação. Entretanto, um ponto fixo e estratégico da cidade permanece em silêncio, calmo. Já é alguma coisa.



Como se não bastasse, a poluição sonora imposta pelos candidatos em campanha nas principais vias de Montes Claros, existe também, a questão do visual entre cruzamentos: são tantos quadros de fotografias, uma em cima da outra, provocando uma tremenda confusão que, diga-se de passagem, dificulta sistemáticamente os motoristas. Se você, caro leitor, pode perceber, não me referi a nenhum partido político, mesmo porque minha intenção não é criticar fulano ou beltrano, mas sim, alertar a população para observar a arrogância daqueles que querem ser eleitos na marra, no grito.



Outra coisa que está sendo falado nos arredores de Montes Claros é a compra de votos por através de favores, "doações espontâneas". Para essas pessoas que estão aceitando tais atitudes dos políticos, o meu repúdio é ainda maior: elas não terão moral para cobrar de quem quer que seja, políticas públicas do candidato eleito que garantam qualidade de vida para "seu ninguém".  "ah!, mas eu sou esperto, quando o candidato me ofereceu um botijão de gás para votar nele, eu aceitei mas não votei", me revelou um pobre coitado, um flagelo de si mesmo em um determinado boteco de Montes Claros. Se esse candidato é eleito, ele por acaso vai saber se aquele eleitor votou ou não votou nele? Que apenas quis enganá-lo? Para o político o que importa é que ele comprou o voto e que está eleito.  O resto..., bem, o resto é o disse a Ministra do ex-presidente Collor de Melo, Zélia Cardoso de Mello, "o povo é apenas um detalhe".

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