A trajetória histórica do ocidente tem como um de seus eixos interpretativos a visão hegeliana. Numa perspectiva dialética Hegel entendia a história de forma cíclica. O desenrolar da história dá-nos a impressão de retorno a tempos passados; envolvidos nesta ótica tendo em vista a situação do Brasil atual, de forma especial o Rio de Janeiro, a lembrança que se vem à memória é o texto platônico de A Republicai, onde no livro X Platão nos fala da mimese, da arte enquanto cópia do mundo perfeito.
Não é aqui o caso aprofundar em ambos pensadores, mas, pontuá-los como eixo de reflexão para a onda de violência que assola o Rio de Janeiro. Sarcasticamente falando, o brasileiro é, na visão de alguns pessimistas, “um ser que nada cria e tudo copia”. O fato mais cruel diante de tal afirmação é a observância de que a última cópia que estamos fazendo não é nada plausível.
As afirmações do presidente Lula de que o Rio está sob uma onda de ataques terroristas assustou o prefeito da cidade, por sua vez não era de se esperar reação contrária, pois, todo cacique defende sua tribo.
Como um câncer, o terrorismo é algo que emergiu de forma catastrófica no planeta. Sabemos que o câncer, se diagnosticado em seu estado inicial, pode ser até curado. Chegamos a ponto de se falar da formação de milícias no Rio (isso não é da nossa cultura), de presenciarmos ônibus sendo incendiados a sangue frio com ajuda de uma adolescente de 14 anos, de assistir nos noticiários a polícia bater em retirada quando em confronto com traficantes... Novamente a história se repete, um dia em São Paulo, o PCC, um dia no Rio, que saudade da cidade maravilhosa!
Tudo bem que em parte copiamos alguns modismos americanos, europeus e mesmo orientais, mas é preciso pedir união à nação brasileira, pois esse problema envolve-a como um todo. Não podemos aceitar que no país da paz se copie o mais arredio e letal modismo que se aflora a cada dia no mundo, o terrorismo.