Logotipo O Norte
Terça-Feira,13 de Maio

Um triste vale tudo na política

Jornal O Norte
Publicado em 24/08/2009 às 10:08.Atualizado em 15/11/2021 às 07:08.

Valmore  Edi Alves de Souza



Na manifestação dirigida à atual Administração e à Política no Município, intitulada “Tristes Dias” e  assinada pelo Senhor Athos Avelino Pereira, neste jornal, no dia 8 deste agosto, o ilustre signatário destina também à  nós servidores um abraço de tamanduá e uma infâmia ao Sindicato, que me obrigam a comentar, muito a contragosto. Porque pensei que calado, sendo apenas a  sentinela zelosa do silêncio sobre o pesadelo de alguns descompromissos do governo passado,  não daria repertório aos adversários do  patrimônio de sonhos, de esperanças e propósitos nobres, com que conquistamos a prefeitura em 2004. E assim manteria intacta a grandeza de algumas realizações.



Mas sou forçado a quebrar este pacto,  por causa exclusivamente da sua versão e opinião sobre os servidores municipais e o Sindicato, que  a seu juízo,  (os servidores) “sofrem amargamente com as perseguições políticas, corte nos seus salários e são vergonhosamente empurrados com a barriga nas negociações salariais, tristemente assistidos por um sindicato chapa branca”.



Ele não necessitava agir como àquele  antecessor tradicional,  ao saber que, depois deste semestre,    seu fantasma já está exorcizado e não assombra mais o sucessor,  e por isto abre a temporada do jogo para a platéia, onde vale tudo, para não ser esquecido.  Vale até sentar  em cima da cauda, para ocultar o cargo chapa branca  num governo que não respeita a dignidade do funcionalismo estadual, e   inventar cavalo de batalha sobre fato fictício! É um reforço robusto à escola dos  políticos profissionais  – àqueles criticados por ele! Mas desejo que se cuide mais, para não fazer jus a ela. 



Pois ele mesmo sabe que a sua versão não reflete, e a sua opinião está equivocada  sobre a conduta  da  representação sindical– a Comissão e as Assembléias – porque   um sindicato pelego  não defenderia os trabalhadores como aqui se tem feito.  É só lembrar este ano.



Quando, em janeiro,  manifestou-se,  e de forma prática, na defesa  dos cerca  de 4 mil  funcionários demitidos, e dos serviços essenciais, interrompidos com essa demissão, porque o governo passado não efetivou a metade do pessoal que permaneceu trabalhando de forma precária nos setores da saúde, da limpeza, da educação  e administrativo.



Quando, em fevereiro, fez movimentos e gestões, para resgatar o direito de parte dos salários dos professores e de  adicionais cortados indevidamente pela Administração, porque o governo passado deixou sem a regulamentação apropriada. E adentrou março adiante defendendo até o pagamento, pela administração atual, das rescisões contratuais dos ocupantes de cargos comissionados no governo passado, porque ele  não pagou.



Quando, em abril, buscou e  obteve da Administração o compromisso de restituir os direitos,  e de fazer a negociação coletiva de trabalho, tendo iniciado   em maio as conversas entre os representantes dos servidores, da Prefeitura e da Esurb, com o Prefeito à frente.



E neste mês a Assembléia dos Servidores analisa, aprovando ou reprovando, os resultados desta negociação, como a correção  salarial , os salários dos servidores prejudicados desde 2004,  os recursos do Fundeb, para pagar o piso salarial nacional ao pessoal da educação, além do acesso a bancos, convênios, seguro de vida, qüinqüênio, jornada de trabalho, pagamento à fiscalização, reforma administrativa,  e  tudo que  “os servidores sofrem amargamente”  como vítimas dos descompromissos passados.



Então, por que uma entidade sindical  com esta linha de conduta  não defenderia  os servidores, até de imagináveis perseguições políticas? Atacar o caráter do sindicato é porque ele está atendendo o interesse dos trabalhadores,  e não atendeu  a vontade do político profissional?  Falta de compromisso para com os trabalhadores não cola no   Sindicato! Nem quando  desestabilizado no governo passado, depois  invadido, dilapidado, ficando sem seus bens materiais, sem seus diretores e desacreditado! Agora, deixe que ele continue a se reerguer daqueles escombros!  Servidor não quer  carregar  mais a pedra até o topo, para ela rolar novamente montanha abaixo.



Tristes dias mesmo,  quando esta política  não  nos  diz respeito!

Compartilhar
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por