TV por assinatura merece Vale-Cultura?

Jornal O Norte
Publicado em 28/02/2013 às 09:34.Atualizado em 15/11/2021 às 16:59.

Hoje vou defender Marta Suplicy: ela está certa em querer incluir as mensalidades da TV por assinatura no Vale-Cultura. A decisão causou estranheza e irritação no meio cultural. A posição da ministra também causou medo, afinal, especula-se — e com razão — que boa parte do dinheiro vai as emissoras de TV.



O leitor desta coluna já sabe que considero o Vale-Cultura um desperdício monumental de dinheiro público. É uma daquelas bobagens que, mais tarde, todos verão com clareza, pois esses recursos poderiam ser usadas formando plateias, especialmente em escolas públicas e em comunidades periféricas. Seria uma tremenda alavanca para a educação pública. Estamos falando aqui de bilhões de reais. Fale-se em R$ 10 bilhões por ano.



A ministra está apenas sendo coerente, afinal a norma é que cada um faz o que quiser com o dinheiro. O Vale-Cultura vai servir para comprar jornais e revistas - qualquer jornal ou revista, ressaltemos. E deve valer para a ajudar a bancar também as assinaturas digitais, já que jornais e revistas começam a cobrar pelo acesso a seu site. Então, por que não a TV por assinatura?



Para quem não tem acesso a cinema, a TV por assinatura é um acesso a filmes e documentários de alta qualidade. Mesmo quem mora em grandes cidades, é um jeito de ver o que se melhor produz em produção cinematográfica.



O que vamos ver - e não vai demorar - é que, com o Vale-Cultura, será drenado dinheiro público especialmente para grandes grupos de entretenimento, jornalismo e cultura, capazes de seduzir, com mais eficiência, o consumidor.



Gilberto Dimenstein – escreve na Folha de São Paulo

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por