Trovas

Jornal O Norte
02/09/2005 às 16:11.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:50

 

Luiz de Paula Ferreira

 



 

Quando os meus olhos pousaram

Nos teus olhos, os olhos meus

para sempre se tornaram

prisioneiros dos teus

 

Meu confessor quis saber

a pena que eu mais temia,

eu respondi que era o céu

sem a tua companhia.

 

Entre as mentiras que a vida

me faz dizer por aí,

a mais cruel e fingida

é a de que te esqueci.

 

Há tanta luz na doçura

desses teus olhos, Maria,

que após fitá-los, o dia

me parece noite escura.

 

Meu coração tem um jeito

De que te querer que enternece,

Morando embora em meu peito

É só a ti que obedece.

 

Teu olhar, doce veneno,

Eu comparo, quando o fito,

A um sol no céu moreno

Do teu rostinho bonito.

 

Brigamos e da vida ao largo

lancei minhas velas loucas.

Voltei, há um gosto amargo

nos beijos das outras bocas.

 

Que ninguém plante a saudade,

essa flor eu bem conheço,

carrego uma em meu peito,

só Deus sabe o que padeço.

 

Para esquecer Iracema

Amei Celina e Mercês,

Vejam agora o meu problema

 - me apaixonei pelas três.

 

No mar verde de teus olhos

sou marinheiro em apuro

a navegar entre escolhos

sem achar porto seguro.

 

O pai, médico da família,

curou-me o mal do pulmão,

porém os olhos da filha

me matam do coração.



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