Maria Eunice
Advogada, conselheira
Montes-clarense que deixou sua família e amigos para um vôo longo e sem volta, restando-nos as lembranças. Amava sua terrra natal mas, por motivo profissional, residiu os últimos 32 anos em Belo Horizonte. Partiu na manhã de 08 de maio do ano de 2002, quando voltava de seu sítio em Pará de Minas. Assim, se passaram 6 anos.
Ainda muito jovem, foi trabalhar na farmácia de Rubens Peres, aplicando injeções. Após, foi para o comércio do Sr. Getúlio Vieira, como vendedor e entregador de feiras.
Foi bancário do ex-Banco do Comércio e do Banco do Nordeste em Montes Claros. Passados 4 ou 5 anos, foi mandado como gerente do Banco Cearense para Feira de Santana – BA, onde permaneceu por um bom período.
Transferido para a capital cearense, continuou prestando serviços ao BNB, ocasião em que ingressou na Universidade de Fortaleza, diplomando-se no curso de Ciências Econômicas.
Professor, advogado, economista, agregou seus conhecimentos em prol do desenvolvimento deste serão norte mineiro. Seu primeiro projeto junto à Sudene resultou na implantação da Valsa, empresa de beneficiamento de mamona, pertencente ao grupo Irmãos Pereira.
Fez parte do corpo docente da Fundação Norte Mineira de Ensino Superior, onde ministrou aulas de Economia Dinâmica e Micro Economia, no curso de Economia.
Em Belo Horizonte, após aposentar-se no cargo de auditor da Receita federal, montou um escritório – PI Projetos, de economia e consultoria.
Em Montes Claros, na sua juventude, junto com amigos, fundou um clube de futebol, o Independente, época em que fazia o 2º grau no Instituto Norte Mineiro de Educação, onde mais tarde também veio a ser professor. Seu grande ídolo: Dr. João Luiz de Almeida.
Foi radialista na extinta ZYD-7, junto com Aldechi Ziller, fazendo narrativa esportiva dos jogos da época.
Para ele, o grande lutador, sua grande vitória e realização foram os projetos da Sudene que, sob sua tutela, foram aprovados para o Norte de Minas.
Veloso não passou o tempo em brancas nuvens; trabalhou muito. Como bancário, professor, locutor, economista, tudo como sempre dizia: para ajudar um pouco no crescimento do Norte de Minas, isto em relação aos projetos por ele trabalhados para a região.
Deixou a família cedo. Sua esposa Thaís, filha do saudoso Ducho, foi sua grande baluarte, sempre ao seu lado, em todos os momentos. Deixou dois filhos, pois Miguel Ângelo, seu segundo filho, partiu antes dele, foi estar com Deus.
Para nós, seus irmãos, ficaram a saudade e as boas lembranças de um grande lutador, de um grande homem, que sonhava sempre em ser útil à sua terra natal.
Junto a esta mensagem, a última poesia escrita por ele, em Paracatu, onde fazia mestrado, pouco antes de dizer-nos adeus.
A VIDA E A MORTE
(Veloso, Paracatu, às 14h14 de um dia quente de setembro)
A vida nasce com a seiva
De outras seivas que nascem com a vida
E, como vida, vive da seiva renascida
Que nasceu, por certo, de outra seiva
A vida se alimenta dessa seiva
E a seiva sustenta toda a vida
Até que a vida, sem a seiva,
Busca, em vão, mais seiva para a vida
E, na busca, da seiva para viver,
A vida se esquece de que sua seiva
Faltando-lhe, no momento da procura,
Não mais é seiva: é veneno pra morrer...
Daí, a lição que a vida deixa:
Busque sempre a sua seiva,
Arrisque sempre a sua sorte
Pra que da seiva lhe venha a vida e não a morte.