José Wilson Santos
zewilsonsantos@hotmail.com
Com a amabilidade de um anjo (e sem ameaçar o Degas aqui com processo), Cinthia Meibach, assessora de imprensa da Universal do Reino de Deus, garante de pés juntos que o tal livro 'Castigo Divino', citado por mim no texto 'Mármore do Inferno', publicado recentermente aqui no O Norte, se de fato existe não é de autoria do doutor Edir Macedo, número um da igreja.
Falou e disse, inclusive, que as opiniões do doutor Edir Macedo sobre sexo não se coadunam com os conceitos emitidos no tal Castigo, pelo que ela pede retificação da informação.
É justo, justíssimo, porque em pesquisa posterior o Degas aqui não encontrou na internet um único Castigo Divino com a assinatura do bispo.
Mas fiquei impressionado com o elevado número de informações que circulam na net sobre a suposta obra, citada, inclusive, como eventual cartilha secreta a orientar a vida sexual dos fiéis da Universal.
Donde se deduz:
a internet é um trem de doido, acessada diariamente por trocentos milhões de pessoas;
é preciso muito cuidado ao assimilar informações alí contidas, porque no caso da net não é necessário repetir uma mentira cem vezes para ela se tornar verdade. Parece que basta postá-la uma vez.
Problema é que qualquer um pode postar qualquer coisa a qualquer momento, na surdina e no anonimato, e o trem pega fogo feito rastilho de pólvora.
E assim namorados fiéis se vingam das infiéis postando retratos comprometedores, feitos naqueles momentos em que ainda havia intimidade.
Neguinhos destilam ódio contra desafetos, oferecendo inverdades que tornam-se como carvão: quando não pegam fogo, mancham.
E os '171' acenam com boladas para os incautos, como se fosse possível alguém andar distribuindo dinheiro, produtos e serviços quase de graça, e raspam as contas dos otários.
Tem de tudo na internet.
Tanto que o acesso à maior parte do que ela contém deveria ser proibido a menores de idade e a manés feito o Degas aqui, que ajudou a disseminar material atribuido ao doutor Edir Mecedo, sem se dar ao trabalho de confirmar a informação -- talvez porque para mim tivesse o perfil do bispo –, pelo que peço sinceras escusas.
E olha que estou pra cair os dentes de tão velho no ofício de noticiar. Ai que ódio!
Fica aí o alerta a novos e velhos repórteres. Checar fontes e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.
Mas o episódio serviu também para mostrar que a informação hoje em dia, de fato, está globalizada e corre o mundo na velocidade da luz -- principalmente se for notícia ruim.
Nem bem o Degas aqui escreveu em O NORTE e o trem chegou à distante Sumpaulo, merecendo pronta intervenção de dona Cinthia Meibach para esclarecer os fatos e colocar o pingo no i.
Tão tá então?