Cinara Dreide
Repórter
dreide@onorte.net
A cada dia que passa, mais e mais pessoas têm se identificado com os sintomas da depressão e do stress. Por isso, especialistas alertam sobre os cuidados com a doença e indicam tratamentos acessíveis para a cura, como por exemplo, terapias ocupacionais como pinturas, artesanato, bordados.
A Casa do artesão Maria Dionísia Cardoso, fundada há 15 anos na gestão do prefeito Mário Ribeiro da Silveira, foi construída com o intuito de abrigar artesãos de Montes Claros, promover e incentivar reuniões para troca de experiências, favorecer aquisição de matéria-prima, condições de comercialização, promover maior integração dos artesãos da cidade e da região, incentivar a cultura popular, proporcionar aos visitantes e turistas ocasiões de lazer.
A Casa do artesão é um órgão vinculado à prefeitura e a secretaria de Cultura (divisão de artesanato), que constitui num centro de trabalho, pesquisa, aprendizagem, comercialização e preservação artesanal.
A Casa funciona também como escola, possui aulas de aperfeiçoamento e capacitação.
Pessoas recorrem à argila para curar depressão
(Foto: Adriano Madureira)
CURSOS E LUCRO
De acordo com Marlene Almeida de Faria, diretora da instituição, os cursos ministrados são de cerâmica, pintura em tecidos, crochê, vagonite, ponto cruz, bordados - em roupas jeans também, pátina, confecção de bonecas, arraiolo, pintura em madeira, culinária.
- O preço do curso é de R$ 5 mensais e qualquer pessoa pode estar participando, desde crianças de 12 a 70 anos. A duração do curso depende do desenvolvimento de cada pessoa - diz a diretora da instituição.
Os cursos ministrados são de cerâmica – argila, e o material é oferecido pela casa do artesão. Os cursos de trabalhos manuais – bordado, crochê, bainha, marambaia, tricô, vagonite, confecção de bonecas, pintura em tecidos e em telas; a pessoa é quem traz o material.
Segundo Marlene Almeida, a prefeitura contribui com o material de limpeza, do escritório e o lucro arrecadado com a venda das peças e artesanatos serve para a manutenção da Casa do artesão.
- Os trabalhos artesanais feitos pelos profissionais e alunos pertencem à secretaria de Cultura e são expostos também na feira de artesanato na Praça da Matriz. Agora estamos voltando com o espaço fixo no Centro Cultural. Na quinta-feira, as oficinas do Povos do cerrado foram feitas aqui com mais de 30 pessoas – afirma Marlene Almeida.
MONITORES
Os monitores são contratados pela prefeitura e eles recebem uma consignação de 10 a 50% nos trabalhos vendidos. Durante três dias na semana os cursos são para a produção das peças e nos dois dias, para o curso de aperfeiçoamento.
De acordo com a psicóloga e terapeuta Suzy Camacho, os trabalhos com a argila são os mais recomendados para pessoas com depressão e ansiedade.
Segundo Kelly Soares Ribeiro, a sua ida para a instituição foi devido a uma depressão que ela teve há alguns meses atrás.
- Aqui é ótimo, depois que vim para cá me sinto outra pessoa. Conheci pessoas novas, fiz novas amizades, me tornei uma pessoa prendada e agora utilizo desta terapia como uma fonte de renda a mais na minha casa – diz.
Warley Lopes tem 22 anos é artista plástico e trabalha com arte desde os 10 anos de idade.
- Sempre gostei de arte, é relaxante e me dá prazer. Eu gosto desta coisa de transmitir o que eu estou sentindo. Faço qualquer tipo de escultura, mas o que mais gosto é de esculpir mulheres. O engraçado é que as pessoas valorizam mais as esculturas folclóricas, do que as que são originais – diz Warley Lopes.
A Casa do artesão é aberta ao público de 08 às 18 horas.