Luiz de Paula Ferreira
Ao relembrar agora, comovido,
Aquele amor que em tempo tão distante
foi um hino de glória exuberante
e à nossa vida deu um tal sentido
de beleza e ventura, eu duvido,
ao relembrar aquele amor vibrante,
que também não lamentes, neste instante,
como eu lamento, que tenhas ido.
Confortam-me, contudo, a compreensão
que existe entre nós dois e a convicção
de que teremos sempre a alma irmanada.
O nosso amor que foi tão puro e lindo
Está bem morto, mas morreu florindo
Como morre um roseiral na madrugada.