Serra Geral de Minas - por Manoel Freitas

Jornal O Norte
29/01/2007 às 11:54.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:56

Manoel Freitas



Seu sossego imorredouro e beleza de causar vertigem são o retrato de Minas, tão nobres quanto seus mais raros diamantes, ouros, cristais e turmalinas.

Portal da natureza por onde o sol, preguiçoso e manso, esconde as suas labaredas no horizonte, quando a noite, serenamente, rouba a majestade do dia.

Parque sem limites onde os anjos – desconhecendo o perigo – brincam como meninos quando não estão no céu, sem se importar em que direção se move as nuvens ou o que se esconde em seu infinito véu.

Sendo gigante pela própria natureza, cabe a você, noite e dia, aquecer o vento que a açoita e as nuvens que a afagam, como uma mãe abnegada e zelosa acalenta os filhos seus.

Mesmo com o coração empedernido, bem mais próxima de Deus você pode ouvir - como ninguém - a voz dominada por paixão que vem do fundo do meu peito.

O mergulho eterno em silêncio sepulcral não a impede de revelar sinais de desalento e dor quando seu dorso é mutilado e o tronco das árvores que a ornamentam amputados, como numa batalha sem trégua e muito menos fim.

Mesmo grandiosa, em cena você se contenta em figurar como pano de fundo do mundo de quietude que pinta – em traços fortes – o viver pastoril do homem do Norte.

A árvore-mãe que a emoldura, depois de cumprir sua missão, todo o dia morre um pouco, como nós, mas se conforma em emprestar sua elegante forma à paisagem.

É em remanso que as nuvens a transformam quando buscam descanso, de onde contemplam a serenidade e a leveza que reinam nas outras obras-primas da natureza.

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