Iran Rêgo
Médico cardiologista
É forçoso, para melhor entendimento do assunto, rememorarmos alguns conceitos sobre o Perispírito, visto que o mesmo é responsável pela condutividade das sensações para o espírito.
O Perispírito tem origem na menor partícula da matéria, que nós espíritas chamamos de Fluido Cósmico Universal (FCU) e que é motivo de pesquisa dos nossos cientistas. È de caráter semimaterial e sua densidade depende primeiro do grau de evolução do espírito ( os imperfeitos são mais densos) e do avanço evolucional do Orbe em que se acha o espírito (lembro que a Terra é de baixo nível evolucional).
O Perispírito forma o “corpo” dos desencarnados e tem como função servir de elo entre o corpo físico e o espírito.
O Perispírito tem diversas propriedades, dentre elas podemos citar: penetrabilidade, expansibilidade, absorção e condutividade. È o órgão sensitivo do espírito.
Indo agora ao assunto, podemos dizer que na verdade a alma não tem a percepção de dor, calor, frio etc. Os espíritos relatam, nas suas comunicações, a sensação de efeito, como as pessoas amputadas “sentem dor” no membro perdido. Portanto o sofrimento dos espíritos não é corporal, porém não é só moral ou de remorso, pois muitos relatam “dor”, “frio” ou “calor”. Estas sensações são “íntimas” e não são localizadas neste ou naquele lugar, tampouco é produzido por agentes externos.
Logo após a morte o espírito não se crê morto porque simplesmente se sente vivo,entretanto sente uma “repercussão” das sensações do que se passa no “corpo”.
Morto o corpo físico, o Perispírito não tem com o que fazer a condução, experimentando uma sensação que chega por um canal geral. Então a sensação é generalizada.
O raciocínio é simples: se o espírito não tivesse Perispírito, seria inacessível a toda sensação penosa ou não. Por isso o Espírito propriamente dito não sofre a influência dos nossos instrumentos sonoros, perfume de nossas flores etc, porém, segundo informam os Espíritos Puros, as sensações são íntimas, de um encanto indefinível que nem podemos imaginar, devido ao envoltório (Perispírito) etéreo que não encontra analogia em nosso mundo.
Os espíritos não puros, porém evoluídos, percebem nossos sons e nossos odores visto que recebem as vibrações moleculares ( que aqui chamamos de repercussão) que lhes chegam no Sensorium Commune do próprio espírito. Eles “ouvem” o som de nossa voz, entretanto nos compreendem sem auxilio da palavra, apenas pela transmissão de pensamento.
Quanto á visão ela independe de luz, pois o atributo de ver é uma particularidade essencial da nossa alma (espírito encarnado). Todos os espíritos não ouvem e não sentem mais que aquilo que querem ouvir ou sentir. Só uma coisa eles são obrigados a ouvir: os conselhos dos Bons Espíritos.
A hierarquia entre os espíritos é evolucional, os mais evoluídos podem ocultar-se dos que lhe são inferiores, como nas doutrinas iniciáticas.
Os espíritos se depuram com os sofrimentos, dependendo de como viveram na Terra. Algumas doenças são na verdade bênçãos que libertam o espírito da repercussão dos seus erros. Os que sofrem, sofrem porque quiseram e só de si podem queixarem, tanto neste como no outro mundo.
Fonte: L.E.- A.Kardec