Semana mundial da amamentação ressalta importância do banco de leite

Jornal O Norte
01/09/2005 às 18:06.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:50

Cinara Dreide


Repórter


cinara@onorte.net

O tema deste ano da Semana mundial da amamentação é Do peito à comida caseira. Os hospitais, Universitário, e Aroldo Tourinho, estão participando da programação da semana. Ontem, uma palestra promovida pelo Banco de Leite culminou com a assinatura de um convênio com os dois hospitais.

A enfermeira Cristiana Câmara falou sobre a importância da amamentação nos seis primeiros meses de vida do bebê.

- Como o bebê está em fase de crescimento, além de obter todos os nutrientes necessários para o organismo, isentos de impurezas, o leite materno também é rico em vários anticorpos que o protegem - diz a enfermeira.

No hospital Universitário, as mães após darem à luz são orientadas de como devem amamentar seus filhos. De acordo com a enfermeira, 70% da energia dos bebês vêm do aleitamento materno. Já os recém-nascidos que não são amamentados, segundo o pediatra e diretor do hospital, Geraldo Edson, futuramente provavelmente serão crianças inseguranças e desnutridas.

- Por causa da importância deste alimento na formação da criança e do contato da mãe com o bebê é que estamos tentando conseguir que a licença maternidade passe de cinco para seis meses, que é o período em que a criança mais precisa do leite materno - diz Geraldo.

Ainda segundo ele, nos primeiros seis meses a criança não precisa de chá e nem de água, apenas do leite materno. Após esse período é importante, além do leite acrescentar as papinhas.

- As papinhas podem ser feitas com banana, maçã e pêra amassadas, sucos de todos os tipos de frutas (caju, laranja, goiaba), e logo após, a comidinha (clara ou gema do ovo, chuchu, moranga, batata) - complementa o pediatra.




O aleitamento materno é o único alimento de que o bebê


precisa até os seis primeiros meses

QUATRO BANCOS DE LEITE

Existem em Montes Claros quatro bancos de leite nos hospitais Aroldo Tourinho, Santa Casa, Universitário e em um posto de saúde no bairro Eldorado. O Banco de leite do hospital e maternidade Aroldo Tourinho foi fundado há doze anos com o objetivo de salvar e proteger as vidas dos bebês.

De acordo com Valdira Vieira, coordenadora de enfermagem do hospital, existem 26 doadoras que fornecem leite materno para todos os recém-nascidos. O banco também ajuda às mães que trabalham fora a retirarem o leite para que seja dado ao bebê.

- O leite é destinado para os bebês que estiverem em CTIs pediátricos, prematuros ou de baixo peso, ao recém-nascido imunologicamente deficiente, com perturbação gástrica de origem variada, ao recém-nascido alérgico a outros tipos de leite e para os que as mães não podem amamentar ou não conseguem - afirma Valdira.

Para complementar todo esse trabalho, o hospital conta com uma equipe composta por enfermeiros, técnicos e auxiliares, e um serviço exclusivo e diferenciado para as mães, com orientações sobre como amamentar corretamente, os tipos de lesões que podem ocorrer na mama, sobre mastite, problemas de ingurgitamento - excesso de leite na mama.

Esse trabalho é feito com todas as gestantes que fazem pré-natal no hospital e que recebem orientação desde o início da gravidez até o pós-parto.

Quem puder ajudar com as doações de leite ou principalmente de frascos de vidro vazio, de maionese - para estocar os leites -, pode ligar para o telefone 3229-9231. O horário de funcionamento é de 07 às 11 horas e das 13 às 16 horas.

Segundo a enfermeira supervisora, Cássia Vieira Gomes, o banco de leite precisa basicamente de duas coisas: das mães que estejam amamentando e dos frascos de vidro.

VANTAGENS

A amamentação é importante não só para os bebês, mas também para as mães, pois protege a sua saúde, ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal reduzindo o risco de hemorragia, além de reduzir o risco de câncer de mama e de ovário.

Segundo Valdira Vieira, o estoque de leite materno não é suficiente para a demanda, mas é razoável. O maior objetivo do banco de leite é coletar o leite possibilitando o estoque regular para sua demanda, organizando o cadastro das doadoras para a coleta domiciliar e, se possível, assegurar a distribuição do leite, manter o controle da autenticidade e das propriedades bacteriológicas do leite logo após a sua coleta e, ainda, manter a conservação e a estocagem, propiciar às doadoras e aos seus dependentes as condições favoráveis para o atendimento médico nutricional, social, e prestar informações à comunidade visando o estímulo ao aleitamento materno.

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