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Sexta-Feira,20 de Setembro

Semana da imprensa

Jornal O Norte
03/11/2009 às 12:32.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:15

José Prates

Em várias cidades do Brasil, inclusive Montes Claros, uma semana é dedicada à imprensa, quando homenageiam os valorosos jornalistas que mantêm viva a voz do povo. É uma homenagem justa pelo papel da imprensa como órgão de informação à sociedade, fiscal e controladora eficiente do poder público, como diz Joaquim F. de Carvalho, ex-coordenador do Ministério do Planejamento: "Não há qualquer dúvida de que a democracia consiste em submeter os poderes político e econômico a um controle. É essa a característica essencial da democracia. Não deveria existir nenhum poder incontrolado, daí a importância da imprensa."

Sem nenhuma dúvida, é de grande importância o papel que a imprensa desempenha na sociedade, não só informando como formando opinião, mas, também, pelo controle eficiente que mantém sobre os atos do poder publico, inibindo excessos. Por outro lado, sabemos que "é indispensável estabelecer mecanismos pelos quais a sociedade possa exercer controle sobre a qualidade de tudo o que é publicado ou transmitido, de forma a evitar que o enorme poder da imprensa escrita e eletrônica, seja empregado para fins "deseducativos", desmoralizantes, violentos ou corruptores dos costumes".

A imprensa de Montes Claros foi criada a 22 de fevereiro de 1884 com a edição do Correio do Norte, um jornal político que durou até 1891. Logo depois, em 1894, nascia O Operário, de pouca duração. A Gazeta do Norte, que nasceu em julho de 1918, teve uma longa duração graças ao empenho e zelo do jornalista Jair de Oliveira, que a manteve atuante enquanto teve vida. A Gazeta não era, propriamente, um jornal noticioso. Publicava artigos assinados por intelectuais e políticos da ocasião, versando geralmente sobre problemas regionais para os quais sugeriam soluções. Era mantida por assinantes e publicidades do comercio.

Foi por muito tempo o único jornal da cidade, até que, em setembro de 1951, surgiu O Jornal de Montes Claros, fundado pelo jornalista Jose Monteiro da Fonseca, com financiamento do Capitão Eneas Mineiro de Souza, então Prefeito Municipal. Pela primeira vez, chegava à cidade uma máquina linotipo e uma rotoplana, instaladas e operadas por profissionais vindos do Rio, na composição e impressão do jornal recém-criado, um hebdomadário que inaugurou a imprensa de fato em Montes Claros, colocando em campo o primeiro repórter de rua da cidade, publicando reportagens que causavam nos leitores admiração e espanto, pela sua correção e audácia do repórter, naquela época incomum em jornal local.

Em 1954 O JMC foi adquirido pelo jornalista Oswaldo Antunes, que lhe deu fôlego para sobrevivência. Veio depois o Diário, criado pelo jornalista Décio Gonçalves de Queirós, firmando a imprensa montes-clarense que hoje celebra sua semana com a presença de ilustres jornalistas, fato que nos emociona por nos fazer lembrar a nossa luta como repórter, sofrendo os percalços de cada missão.

Na fundação da imprensa de Montes Claros não podemos esquecer Wanderlino Arruda e Waldyr Sena Batista, dois jovens entusiastas do jornalismo. Ainda estudantes do segundo grau, enfrentaram a luta e deram à cidade a imprensa que hoje lhe serve.

Na semana da imprensa, não podemos esquecer Hipólito José da Costa Ferreira Furtado (1774/1823), primeiro jornalista brasileiro que levou longe o nome do Brasil Império e a necessidade de sua independência. Maçom atuante, foi por isso preso e condenado pela Inquisição, conseguindo, porem, escapar da prisão com auxílio de seus "irmãos" maçons. Exilou-se na Inglaterra, onde morreu.

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