Diran Rodrigues de Souza Filho
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Ao percorrer a capital do Norte de Minas, nossa querida Montes Claros, deparei-me com alguns veículos, principalmente picapes, que traziam em seus para-choques um adesivo com os seguintes dizeres: Basta! Mata Seca não é Mata Atlântica. Governador Aécio Neves, defenda o Norte de Minas.
Para ao menos compreender essa frase, de duas uma: Ou seu autor é completamente ignorante, ou, utilizando-se da má fé, presente no meio político, e quem sabe orientado por algum parlamentar inescrupuloso, vem omitindo e desviando o foco de onde ele realmente deveria estar. Vejamos por partes o que diz esse sorumbático adesivo: Primeiro, quando é feito o alerta quanto à diferenciação entre Mata Seca e Mata Atlântica, dever-se-ia centrar o foco no Palácio do Planalto, ou melhor, personalizando, como o próprio adesivo o faz, no Presidente Lula, uma vez que o decreto federal 6.660 e a lei 11.428, ambos assinado por Lula, são o cerne da questão, tendo em vista seus nefários textos que equiparam a Mata Seca à Mata Atlântica.
Já na segunda parte dos dizeres do adesivo, encontramos um pedido aclamado ao governador do estado, Aécio Neves, de forma enfática pedindo a sua ajuda. Se o pedido é feito ao governador, e claramente é pedido que o mesmo “Defenda o Norte de Minas”, podemos concluir que não é o governador que está maltratando os Norte Mineiros. Mas, mais importante do que isso, é descobrir contra quem é necessário fazer-se a defesa. Novamente os holofotes da culpa devem ser disparados ao Palácio do Planalto, ao presidente Lula. Pois, se o governador Aécio é conclamado a fazer a defesa, logicamente ele não é o inimigo. Então, de quem desconfiar? Resta-nos o governo municipal e o governo federal. Neste caso, sabemos que o prefeito não apita nada, o que nos obriga a responsabilizar, única e exclusivamente, o governo federal, que através da lei e do decreto acima citado, está conseguindo dizimar famílias norte mineiras, trazendo a pobreza e o êxodo rural preocupante.
A parte mais curiosa do adesivo é a utilização do imperativo: Basta! Essa parte sim, concordo plenamente. Basta de aproveitadores embusteiros que surrupiam a dignidade do homem do campo. Basta da utilização do dinheiro dos contribuintes sindicalizados e/ou associados para produção de propagandas enganosas, e, finalmente, Basta de políticos covardes que se escondem atrás de presidentes de associações, e esses, como boi de piranha, entram nesse jogo, onde os maiores perdedores são os reais representantes do campo, que se tornaram reféns de tamanha malandragem.