Sara Cadore e Svendla Chaves, de Porto Alegre
“Professores”, a mais recente produção literária do jornalista Carlos Gerbase, convida o leitor a questionar a ética na profissão e na vida. Em seu primeiro romance, o cineasta – que até então só escrevia contos – tem finalmente a chance de mostrar, através de uma obra extensa, a rica personalidade de seus peculiares personagens.
Aos 47 anos, Gerbase circula livremente pelas várias áreas da comunicação. Diretor e roteirista de cinema, jornalista, escritor e professor de Comunicação da PUCRS desde 1981, também foi vocalista, letrista e baterista da emblemática banda punk Os Replicantes.
No livro “Professores”, Gerbase usa de sua experiência acadêmica para contar a história de dois professores universitários de uma faculdade de Comunicação fictícia que deparam com uma série de conflitos éticos. “Esse romance é um retrato do meio universitário, e eu uso referências do cotidiano somadas a muita imaginação”, explica o autor.
“Professores” narra a história de Max e Eugênio, dois jornalistas que, com carreiras e personalidades distintas, têm o desafio não só de ensinar aos alunos a teoria de ética no Jornalismo, mas também de praticá-la frente às situações mais inusitadas. Manter os princípios nem sempre é fácil. Ideais políticos, fidelidade, ética profissional, ambição e vaidade são alguns dos valores que entram em questão e montam a cena para a trama.
Gerbase conta que se inspirou no clássico de Thomas Mann, “A Montanha Mágica”, que também tem as questões éticas como tema central, e pesquisou ainda os grandes pensadores da Filosofia para dar linha à obra. Apesar das semelhanças entre a história do livro e a realidade do autor, ele garante que a trama nada tem a ver com algum fato verídico, e sim com situações que qualquer um pode enfrentar em seu local de trabalho.
Para Gerbase, a experiência do primeiro romance foi muito positiva, pois teve a oportunidade de extrapolar os limites do conto para detalhar os ambientes e elaborar personagens mais complexos. Desta vez, acredita que a obra não será adaptada à tela grande, pois o enredo é longo demais para ser transformado em filme. “No mínimo dá uma minissérie, mas só se alguém comprar a idéia...”, brinca.