Repensando a educação - II

Jornal O Norte
Publicado em 27/08/2010 às 11:00.Atualizado em 15/11/2021 às 06:37.

Jeny Canela Perosso


Pedagoga – Funcionária Pública Municipal


e-mail: jenycanela@ig.com.br



A educação brasileira apresenta demandas históricas que justificam todos os esforços e empenhos no sentido de melhoria como todos almejamos. Questiona-se como causas mais prováveis das demandas do processo educacional brasileiro, dentre outras questões, a fragilidade da qualificação inicial e continuada do profissional; a falta de políticas públicas voltadas para a intenção de melhoria, e a questão da falta de investimentos tidos como irrisórios como realmente o são se considerarmos quão ainda estão abaixo do desejável o vencimento do profissional da educação em nosso pais, bem como a estrutura física e funcional dos estabelecimentos de ensino que em geral, ainda deixam muito a desejar.



Faz-se necessário considerar, além dessas demandas legítimas, que confirmam a cada exame de avaliação da educação no Brasil, a necessidade de a escola se reconstruir se permitindo inicialmente, rever metodologias no sentido de favorecer a sedução dos alunos pelo encantamento que pode provocar o conhecimento em todas as suas dimensões e possibilidades.



Na minha opinião, a escola poderia iniciar o processo de reconstrução repensando uma questão que a meu vê, é crucial e pode ser determinante no propósito almejado de garantir a  todos os alunos o direito de aprenderem, nem sempre usufruído, que se refere a elaboração de calendários projetando o sucesso e não o fracasso antecipado como prevêem calendários que historicamente definem a priori períodos de recuperação final, gerando uma acomodação natural, até certo ponto, da escola e dos alunos. Produzindo, consequentemente, um campo fértil para a proliferação de fenômenos indesejáveis como a repetência e a evasão  escolar geradores da baixa estima e da falta de motivação pela escola.



Ao invés de os calendários escolares determinarem recuperação final que sugere um descrédito a potencialidade inerente a natureza humana, poder-se-ia considerar a possibilidade de se valorizar mais as recuperações paralelas para atendimento diário as dificuldades naturais do processo de construção do conhecimento. Ressalta-se, nessa perspectiva, que muitas vezes estas dificuldades acabam sendo confundidas com distúrbios de aprendizagem na medida em que passam despercebidas e se acumulam criando lacunas difíceis de serem preenchidas pelo fato de não serem identificadas e superadas no momento oportuno como ocorre, igualmente, com os distúrbios de aprendizagem.



Penso que investir no sucesso pode gerar benefícios a todos uma vez que os  gastos com alunos repetentes, por exemplo, poderiam ser revestidos em aspectos físicos, humanos e conteudistas da escola com esta perspectiva pedagógica que sugere a criação de mais bibliotecas, bem como a possibilidade de encharca-las com  livros de literatura, dicionários, revistas, jornais, textos produzidos e ditados pelos alunos e professores numa investidura pertinente a esta nova realidade que poderia efetivar-se como possibilidade de estarmos produzindo uma escola ideal no sentido de favorecer atendimento a todos igualmente, respeitando as diferenças e as inteligências múltiplas inerentes a natureza humana.

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