O MS - ministério da Saúde concluiu a negociação com o laboratório Abbott, iniciada há dez dias, para que essa empresa atendesse o interesse público de promover uma redução do preço do medicamento Kaletra (Lopinavir+Ritonavir), garantindo a sustentabilidade do programa nacional de DST-AIDS.
Os resultados alcançados garantem os objetivos propostos pelo ministério, assegurando uma redução significativa no preço do medicamento durante os próximos seis anos, garantindo o acesso à nova formulação do Kaletra que será lançada mundialmente em dois anos e a realização da transferência de tecnologia para a produção nacional desse medicamento.
A preocupação do ministério da Saúde em garantir a redução do preço foi plenamente atendida, conseguindo-se uma redução de, pelo menos U$ 18 milhões de dólares já no próximo ano, e uma economia, frente aos preços atualmente praticados, de até U$ 259 milhões em seis anos.
O acordo prevê ainda que o aumento da captação de pacientes não elevará os gastos anuais com a aquisição do Kaletra. Hoje, 23.400 pacientes do programa recebem Kaletra, e estima-se que em seis anos esse número chegue a 60 mil.
ÚNICA DOSE
O ministério da Saúde também conseguiu que o acordo garanta o acesso dos pacientes brasileiros ao Kaletra de nova geração, o Meltrex, que se encontra em processo de registro nos Estados Unidos e que significará um maior conforto para os usuários, na medida em que promove a redução das seis doses diárias atuais para uma única dose, além de reduzir os eventos adversos.
No acordo, o MS também assegurou o fornecimento do Kaletra pediátrico para os próximos seis anos, independentemente do aumento no número de usuários.
Por último, o Laboratório Abbott concordou em realizar um processo de transferência de tecnologia para que o laboratório FarManguinhos possa fabricar o medicamento. Esse processo se iniciará em 2009.
O ex-ministro Humberto Costa, que comandou todo o processo de negociação, considerou o acordo um grande avanço porque atende integralmente aos objetivos propostos pelo ministério, garantindo fornecimento do medicamento para todos os que dele precisam, a um preço capaz de gerar economia para que os novos anti retrovirais sejam incorporados, sem problemas, nos próximos anos.
Além disso, o preço atingido será o mais vantajoso do mundo, comparável ao que seria atingido com a compra de medicamento genérico ou mesmo da produção local imediata.
Hoje, todos os 170 mil pacientes que usam os anti-retrovirais podem ficar tranqüilos. O ministério soube utilizar todos os mecanismos e instrumentos necessários e obteve a garantia que o Kaletra continuará a ser fornecido, sem qualquer risco, e ao mesmo tempo com a garantia de sustentabilidade futura para o programa poder incorporar novos e melhores medicamentos.