*Eduardo Costa
Quem lecionará para as futuras gerações de crianças e adolescentes? A questão, que parece futurista, na verdade, já é um problema recorrente tanto em escolas públicas quanto particulares em todas as regiões e cidades do Brasil. O assunto é tão sério que o Conselho Nacional da Educação apurou, em 2011, um déficit de 300 mil professores na educação básica.
Como parte das comemorações dos 70 anos do Instituto de Ciências Humanas da PUC Minas, houve uma aula inaugural, ministrada pela professora Iria Brzezinski, sobre a importância da formação de professores no mundo contemporâneo. A diretora do instituto, Carla Ferreti Santiago, enumera alguns dos graves problemas com o pouco número de docentes formados no país: a grave perda da qualidade da educação, muito longe do nível de sociedade sustentável que se almeja; a contratação de grande número de professores para ministrar disciplinas nas escolas de educação básica, para áreas nas quais não se formou, além de uma desvalorização do magistério, com alunos que não respeitam o professor que não se formou naquela área da referida disciplina.
Em outras palavras, por que a garantia constitucional de escola de qualidade para todos continua sendo uma utopia? Como o aluno de uma escola municipal ou estadual vai competir no vestibular com alguém que vem do Bernouli ou do Santo Antônio se não tem sequer professor que de fato esteja preparado para lecionar a matéria? É isso mesmo. Faltam professores de Física, principalmente, mas também de Química, Matemática, Português, Inglês, Espanhol e, convenhamos, em todas as matérias.
Então, você pergunta: tá certo, ou melhor, está errado, mas o que interessa é saber qual é a solução... A providência a ser adotada é tratar a Educação com “E” maiúsculo, considerando o tratamento que países como a Coreia do Sul deram para o grande salto de desenvolvimento, de qualidade de vida. Temos, neste momento em que se discute royalties do petróleo, grande oportunidade de destinar à Educação o tratamento que ela merece... Ou a gente faz isso ou continuamos lamentando a violência, o esfacelamento da família, a proliferação das drogas, o fim do mundo...
