Psicologia: Rir faz bem - por Leila Silveira Miranda

Jornal O Norte
Publicado em 13/04/2007 às 11:18.Atualizado em 15/11/2021 às 08:02.

Leila Silveira Miranda *



Imagine uma forma ideal de se tratar ou de conseguir benefícios para a saúde. Esse tratamento poderia ser simples, de fácil aplicação, ser gostoso e divertido de utilizar. Ele poderia ser útil no tratamento de problemas sérios que afetam muitas pessoas na sociedade. Outro ponto fundamental, é que fosse muito barato ou gratuito, e assim acessível até aos mais pobres.



Por fim, para ser o máximo, ele poderia ter o mínimo de restrições. Ou seja, poder ser aplicado a quase todo mundo incluindo mulheres grávidas, idosos e crianças. Coisa do futuro remoto? Não, esse tratamento já existe, acreditem! É o riso: rir muito, se divertir, gargalhar bastante, se esbaldar! Pois é, contar e escutar uma boa piada é um excelente instrumento para a saúde. Por isso, como diz o velho ditado popular, rir é o melhor remédio. Rir é um excelente instrumento para neutralizar o estresse.



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É importante destacar que o riso é uma demonstração de bem-estar que aproxima as pessoas e traz alegria e saúde.



Os estudos sobre a relação do bom humor e do riso com a saúde se tornaram mais freqüentes devido a  iniciativas como as de Norman Cousin , jornalista americano que se curou nos anos 60, de uma doença  grave através do riso.



Cousin tinha um grande desejo de viver, decidiu nutrir seu espírito com otimismo, confiança e bom humor. Passou a assistir a filmes cômicos e proibiu qualquer pessoa de visitá-lo sem ter uma piada para contar.  A terapia do humor surtiu efeito, pois um período de dez minutos de riso aliviava sua dor o suficiente para conseguir dormir durante duas horas. Testes clínicos também comprovaram que sua inflamação diminuía a cada sessão de riso. Ele então escreveu sua história dez anos após sua cura e tornou-se o símbolo da terapia do riso.



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O  Dr. Hunter Patch Adams  desde 1971, prega um tratamento mais humano através da alegria. A experiência de Adams resultou na Fundação Gesundheit (saúde, em alemão), em Arlinton, Estados Unidos, que é um hospital onde os médicos se vestem de palhaços e tratam todos os pacientes como membros da família.



Hoje sabemos que o riso fortifica o sistema imunológico, estimula as funções cardiovasculares e libera endorfinas (substâncias que combatem a dor). Quando soltamos uma boa gargalhada, nem imaginamos o quanto estamos nos ajudando do ponto de vista físico, emocional, espiritual e mental. Quando rimos, o ritmo cardíaco acelera, chegando a atingir 120 batimentos por minuto. Quando a pulsação aumenta, há mais sangue circulando, o que provoca um aumento significativo na oxigenação de todas as células, tecidos e órgãos.



Durante uma gargalhada, há o aumento de absorção de oxigênio pelos pulmões. A inalação é mais profunda e a expiração, mais forte. Com essa maior ventilação pulmonar, o excesso de dióxido de carbono e vapores residuais é eliminado, promovendo uma “limpeza”. A prática contínua da gargalhada produz um aumento da capacidade e da tonicidade pulmonar.



Com o maior bombeamento de sangue promovido pelo coração, os vasos sanguíneos são dilatados, causando uma redução automática da pressão arterial.



Os músculos mais usados durante uma gargalhada são os abdominais. Esses movimentos massageiam todo o sistema gastrintestinal, melhorando a digestão e os órgãos excretores.



Durante a gargalhada, os níveis dos hormônios do estresse baixam. Com menos cortisol e adrenalina circulando no organismo, o sistema imunológico é fortalecido. As células de defesa do organismo não só aumentam como se tornam mais ativas.



É importante destacar que o riso é uma demonstração de bem-estar que aproxima as pessoas e traz alegria e saúde. Quem consegue sorrir e viver de bom humor atrai coisas boas, levando uma vida mais tranqüila e feliz. Rir relaxa as tensões e nos afasta da dificuldade, criando a possibilidade de observá-la por uma outra ótica.



Para se ter uma idéia, quando rimos, movimentamos 12 músculos faciais. Ao dar gargalhadas, movimentamos 24 músculos faciais; quando conversamos e gargalhamos ao mesmo tempo, são 84 músculos. Esse exercício, desde o facial até o pleno corporal, retarda o aparecimento de doenças e o envelhecimento.



Pessoas que riem muito e têm hábito de se divertir sempre parecem tem menor incidência de ansiedade e depressão. Entretanto, nem todos pesquisadores concordam com esses dados. Muitos ainda são céticos



Mesmo havendo controvécias sem dúvida, a tristeza e o mau humor podem afetar a saúde física, pois “o mau humor destrói oportunidades, fecha portas e azeda qualquer ambiente. O mau humor desanima (des=tira + anima=alma) as pessoas que nos cercam. O mau humor é uma vibração muito destrutiva e, sendo crônico, pode gerar doenças letais”.



Nos dias de hoje, manter o bom humor diante das dificuldades e do estresse provocado pelo excesso de trabalho é muito difícil, mas não impossível.



"Começar o dia tomando um bom suco que ative o seu bom humor, ao qual chamo de banho interno diário. O melhor momento para se tomar esse ‘banho’, que vai lavar o seu organismo dos seus venenos, é exatamente em jejum, momento do dia em que a fisiologia do corpo está toda voltada para eliminar seus excretos.



O segundo passo é, logo após a ingestão do suco, ir para a frente do espelho e rir, de 5 a 10 minutos, de suas dificuldades e das suas preocupações. Ou seja, deixe seus venenos sair e não se identifique com as dificuldades. Procure eenxergá-las por outros ângulos para poder usar a criatividade, o jogo de cintura, enxergar oportunidades, etc. Em alguns casos, até perceber que o caminho é outro”.



Aqui tem um exercício com imagens mentais que ajudará você a se livrar daquele stress sufocante do dia a dia.



Sentado, olhos fechados, respire 3 vezes lentamente e leve sua atenção para a intenção deste exercício que é o exercício para acabar com o stress e...



Veja, sinta, perceba, imagine ou faça de conta que você está numa fazenda. Perceba uma manada de touros correndo em sua direção. Sinta a ansiedade, o sufoco, o medo, a tensão: isso é o stress.



* Psicóloga, professora da Isemoc/ Funorte


leilasilveira@bol.com.br

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