Leila Silveira Miranda *
Quando o guru americano, autor do best-seller A 3ª onda profetizou o fim-do-emprego , não estava nem totalmente certo, nem totalmente errado.
Passado mais de 2 décadas do seu lançamento algumas de suas previsões, como o movimento denominado globalização como uma migração itinerante à procura de novos portos onde ainda possa com sucesso e até com festejos desembarcar e instalar o modelo produtivo, já instalados nas regiões mais avançadas e evoluídos do planeta.
Hoje esses portos são China, Índia, Rússia e Brasil principalmente até o dia que esses países consigam realmente conquistar essa avalanche industrial tão necessária neste momento para nossa população.
Mas retornando o nosso tema, como será o empresa-do-futuro, quando atingirmos aqui no Brasil e no resto do mundo um nível mais avançado de soberania, de desenvolvimento, de educação, de prosperidade...
Será que terá paredes, portaria, chefes, supervisores, câmaras, vigilantes, cercas, relógio de ponto, divisórias?
É bem provável que fisicamente, esta nova-empresa mantenha as mesmas características básicas externas do modelo atual, ou seja de fora não iremos perceber muita diferença do que é hoje por motivos óbvios ... Trata-se de um patrimônio que evidentemente terá que ser protegido...
A grande mudança na minha opinião não estará ainda no seu interior físico, embora já iremos perceber aí as transformações em relação ao layout atual e com certeza cairão às divisórias, salas individuais, estacionamentos privativos... Por outro lado haverá uma maior integração entre os diferentes espaços, misturando o ambiente produtivo com locais de lazer, descanso e cultura, já que as pessoas serão mais livres, menos vigiadas e mais responsáveis. Haverá menos formalidade e menos hierarquia na tomada de decisões. Cada um estará mais preparado, consciente, e com a necessária delegação para cumprir suas tarefas e responsabilidades.
Qual será a grande mudança então?
No meu entendimento a mudança maior, mais radical , será nas relações interpessoais, será no ambiente de trabalho, no astral das organizações...
O jeito de conversar, de comandar, de interagir, de solicitar, de dar ordens, de conviver, de solucionar, de resolver, de comunicar, de competir, de promover, de avaliar, de administrar é que vai ser o grande diferencial, é onde a mudança será mais radical e irreversível. Será necessário também autenticidade, espiritualidade, intuição, e valores extracampo como responsabilidade social, humanismo, voluntariado...
O tema é extenso e seria muita pretensão tentar esgotá-lo neste espaço de nossa coluna. Mas até voltarmos a ele novamente, fica aqui então registradas estas primeiras pinceladas como um aperitivo para uma nova investida posterior, em conjunto, com nossos queridos leitores, esboçar uma tela mais definitiva sobre o assunto.
De olho, neste momento que está chegando podemos arriscar algumas dicas que contribuirão para enfrentar o cenário do amanhã:
· Invista na educação no sentido lato senso da expressão, ou seja acadêmica, cidadã, social, cultural...
· Dentro de sua profissão descubra sua verdadeira missão e busque crescer e desenvolver todo o seu potencial...
· Faça trabalhos voluntários, intercâmbios e estágios com a realidade da vida apreendendo sempre como lidar com as pessoas, com o trabalho e com sua própria mente e sentimentos...
· Seja flexível e comece já a investir em sua carreira ...
Boa sorte!
* Psicóloga, professora do Isemoc/ Funorte
leilasilveira@bol.com.br