Psicologia e Comportamento: Série: choque de felicidade - Eternos semeadores - por Leila Silveira

Jornal O Norte
Publicado em 21/01/2008 às 11:24.Atualizado em 15/11/2021 às 07:23.

Leila Silveira *



A cada vez que tarde da noite debruço às vezes cansada na frente do computador premida por outros afazeres e compromissos também inadiáveis penso em abrir mão desta agradável, mas delicada responsabilidade de manter uma coluna semanal em nosso querido jornal.



Porém maior que o sono que me ronda convidativo, mais forte que a vontade de “desplugar”, prevalece o desejo e o interesse de compartilhar experiências, de levar alguma ponta de esperança, de esclarecimento, de troca a quem tão interessadamente acompanha nossas reflexões semanais.



Não posso, pois, “desperdiçar” este espaço e esta oportunidade de tratar de temas que concretamente afetam, influenciam e muitas vezes aniquilam a possibilidade de levarmos uma vida satisfatória e revigorante.



Os engodos mais comuns são: a “apatia”, o “desanimo”, o “desinteresse”, a “tristeza”, a “falta de fé e a “solidão” com que a pessoa se deixa acometer quando “está-por-baixo”, quando leva uma “rasteira”, quando “tropeça”, “cai” “fraqueja” e “fracassa”...



Gosto muito de metáforas e comparações, pois sei que imagens tocam mais nossa imaginação e têm mais força que palavras, que ficam limitadas ao terreno intelectual da lógica, do pensamento racional...



Ninguém que lida com agricultura, sendo grande ou pequeno plantador inicia uma nova semeadura com o terreno florido, em plena safra com os campos verdes e cheios de vida e cor.



Ao contrário, o plantio se dá depois que tudo já foi colhido da última safra, com o terreno vazio, seco, sem cores e totalmente revolvido pelo arado. A paisagem monótona chega a ser desoladora, mas nem de longe desestimula seus proprietários e trabalhadores. Eles sabem que existe também à hora, o tempo, o cenário de plantar da mesma forma que existe também de colher...



Também dominam a virtude da paciência enquanto esperam os primeiros brotos aparecerem e acima de tudo, desenvolvem a crença absoluta que de novo mais uma vez, o milagre da germinação vai ocorrer, que as chuvas cairão no tempo certo e que tudo se repetirá como nos anos e séculos anteriores conforme a tradição de sustento de várias gerações de seus antepassados.



Fiz todo este preâmbulo para comentar a tendência das pessoas de se retraírem, de se isolarem, de se envergonharem, de se esconderem, de se deprimirem, de se afastarem, justamente quando mais se exigiria delas o fervor da fé, o otimismo da busca, a alegria do relacionamento, a força do pensamento positivo, a atenção às oportunidades, a audácia do investimento, a aposta no novo, a esperança renovada...



São nesses momentos de crise que devemos “desengavetar” antigos projetos pessoais, educacionais, culturais, corporais, espirituais, relacionais, esportivos postergados durante meses ou anos devido nosso comodismo ou indisponibilidade...



Esse é o momento de desenvolver (melhorar) sua auto-estima, de cuidar de sua aparência, de fazer aquele tratamento dentário, aquela reciclagem profissional, uma re-ligação espiritual, um novo modelo de gestão de gastos, retomada das velhas amizades, trabalho voluntário, visita aos parentes, idas á feira e presença social...



É preciso ter em mente que todo mundo têm problemas e compartilha-los diminuem sua intensidade...



Na realidade a única coisa que se consegue escondendo o que sentimos é a certeza que ninguém irá nos ajudar...



O maior equívoco nestas ocasiões é “fazer planos para depois” de arrumar um novo emprego, de encontrar um novo amor, de superar uma doença ou um problema...



Depois é futuro, e sobre ele não podemos ter controle algum...



À hora de agir é agora, principalmente se o seu hoje não está “embrulhado-para presente-com-papel-celofane”, quando a vida está a nos exigir criatividade, confiança e destemor através de desafios que literalmente foram “planejados como uma luva” (acredite se quiser!), justamente para o seu crescimento interior e para relembrá-lo da bonita, perene e interminável missão de semear na Terra!



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