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Quinta-Feira,26 de Dezembro

Psicologia e Comportamento: Consciência ecológica - por Leila Silveira

Jornal O Norte
Publicado em 19/10/2007 às 18:57.Atualizado em 15/11/2021 às 08:20.

Leila Silveira *



Enquanto os europeus fixaram 2010 como ano limite para o uso de sacolinhas plásticas, aqui no Brasil encontramos pessoas, cada vez mais ávidas a trazer sacolinhas do supermercado como uma “mais-valia” em suas compras.



Poucos estão raciocinando quantos anos a natureza vai levar para consumir tanta poluição plástica, quanta energia é gasta e o volume de água que é absorvida na produção infindável das mesmas, tampouco quantas árvores foram abatidas para fabricar sacolas de papel.



Antigamente, meus pais contam que era comum ir ao armazém com sua sacola-personalizada e que alguns até eram conhecidos pelas sacolas que usavam...



Hoje, uma grande maioria de jovens e adultos, além de só quererem “grife” as roupas são tratadas como sacolas descartáveis, após as primeiras aparições.



Enquanto em outros países a bandeira é cultuada (como a americana, por exemplo) os valores culturais e patrimônios históricos (como os museus franceses), a fleuma britânica, as tradições espanholas, o misticismo hindu, a ópera italiana, as invenções alemães são conhecidas e valorizadas no mundo inteiro, estamos gradual e conscientemente nos desfazendo da nossa principal riqueza, dos verdadeiros símbolos de nossa bandeira verde, amarela, azul e branca.



Cada país tenta explorar o que tem de melhor, cada um desenvolve e lucra com suas principais vocações, tirando com todo o direito o maior proveito disto.



É como diz o ditado: - Quem tem fama deita na cama.



Seria bizarro e contraproducente querer competir com a alta-costura e elegância francesa, superar as multinacionais e poderio econômico americano, a vocação cientifica e pragmatismo alemão, a disciplina japonesa, o design italiano, o balé russo, a musicalidade africana...



Claro que devemos usufruir também de tudo isto, desenvolver modelos próprios, incentivar iniciativas nativas, garantir nossa soberania e independência em todos estes segmentos, mas atingirmos “status de excelência maior” nestes quesitos não me parece fácil...



Por outro lado possuímos o maior patrimônio natural do universo, representado pela floresta amazônica e sua biodiversidade que estão virando camas, armários, telhados, casas e muito papel para os “gringos” de todo o mundo.



Estamos vendendo a “preço de banana” nossa principal riqueza, estamos destruindo nosso principal trunfo, estamos leiloando a quem der mais nosso principal patrimônio, enfim estamos entregando quase de graça a nossa principal carta deste baralho globalizado.



Com a baía de Guanabara completamente poluída, a mata atlântica extinta, a biodiversidade nas mãos das patentes dos grandes laboratórios estrangeiros, a Amazônia destruída, o serrado morto, as reservas de ouro, níquel, manganês e pedras preciosas exauridas, o que será de nós? Quem vai nos respeitar? Como será nossa nova bandeira? Que cores ela poderá representar? Que julgamento nos fará a História? Que dirão os nossos netos?



O problema da Amazônia é, entretanto o pecado maior, a vitrine mais visível da falta de consciência ecológica e de verdadeiro e autêntico patriotismo que transparece nos pequenos exemplos, mas há outras questões como quantas sacolas de plástico você leva para casa junto com sua compra de supermercado? Quantos litros de água e energia elétrica você tem desperdiçado? Quanto lixo você produz diariamente?



A solução como sempre defendemos neste espaço depende de uma mudança de todos, e de cada um em particular.



Precisamos reciclar nossos conceitos, abrir nossos olhos, investir na educação de nossas crianças para que possam ter forças e competências para assumir esta carga que estamos deixando como herança maior.



Ainda é tempo de virar o jogo!



Faça alguma coisa pela sua cidade.



Plante uma árvore!



Ajude a despoluir um riacho!



Use menos sacolinhas plásticas!



* Psicóloga, professora do Isemoc/ Funorte


leilasilveira@bol.com.br

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