Cinara Dreide


Repórter


dreide@onorte.net

Será que estamos preparados para relacionamentos digitais? Até que ponto são saudáveis ou não para o ser humano? A internet é hoje uma das ferramentas tecnológicas mais usadas no mundo. A cada dia há mais pessoas conectando-se, buscando informações ou simplesmente trocando correspondências via rede digital.

No Brasil, passam de sete milhões de usuários, a cada dia surge pelo menos uma dezena de novos endereços (especializados em relacionamentos, músicas, compras, informação, saúde).

A internet que ameaça tornar-se tão popular quanto o rádio e a televisão - meios de comunicação de massa que revolucionaram a vida das pessoas - foi desenvolvida em 1969 com o nome de Aparnet, para manter a comunicação das bases militares.

A internet é um novo referencial no processo ágil da informação e do entretenimento à disposição de todos que tiverem acesso.

As tecnologias criadas pelo homem revolucionam e modificam hábitos e culturas. Há internautas que passam horas na rede, o uso médio de usuários em domicílio é de 14 horas.

A rede digital tem um lado altamente favorável que é a facilidade da comunicação, o contato direto, rápido e necessário. Mas, ao mesmo tempo, destrói a relação humana pessoal: aquela em que a pessoa se identifica e se conhece.

ISOLAMENTO

À medida que a sociedade se desenvolve e é criada uma nova tecnologia, as pessoas ficam mais isoladas. Para a psicóloga Valéria Oliveira, hoje, uma pessoa mora num prédio com cem apartamentos e pode sobreviver muito bem sem conhecer e sem conversar com alguém.

- É o que chamamos de isolamento e solidão dos grandes centros urbanos.

Gisele Lopes tem uma relação forte com os computadores, ela passa 40 horas semanais conectada. É analista de sistemas há 17 anos. Tem 270 amizades virtuais com as quais se corresponde.

Segundo a psicóloga, a rede digital pode ajudar, por exemplo, uma pessoa inibida e com dificuldade de relacionamento a melhorar a auto-estima e o convívio social. Por outro lado, ela considera que a internet como se apresenta hoje pode ser prejudicial no aspecto da liberdade.

- Uma criança que tem acesso à rede encontra todos os tipos de informações e não consegue, ainda, discernir o que é bom ou ruim. Ela só sente o que é prazeroso ou não. A possibilidade de desenvolver uma perversão ou um desajuste é grande - diz.

RELAÇÕES REAIS

Rodrigo Victor Castilho, 25 anos, diz que a rede de relacionamentos ajuda a manter o contato com as pessoas mais distantes, mas não substitui as relações reais.

De acordo com a psicóloga, Deus nos criou para vivermos em comunidade, esta sensação de falta do outro e dependência em relação ao amor existe porque nossa essência vem de Deus.

O uso da internet pode ser saudável ou não, dependendo da forma como é utilizada. Existe um conteúdo vasto e acessível para ser explorado.

- No entanto, muitos jovens passam horas na rede envolvidos com jogos digitais e outras futilidades ao invés de se informarem e se aprimorarem – conclui a especialista.

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