Projeto "Abrindo Portas" já funciona em Montes Claros

Jornal O Norte
04/08/2005 às 16:53.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:49

Cinara Dreide


Repórter 


cinara@onorte.net

O projeto Abrindo portas, que está sendo desenvolvido pelo Grappa – Grupo de apoio à prevenção aos portadores da Aids é um projeto estadual que tem como coordenadoras Maria Aparecida de Souza e Núbia Guimarães.

Segundo Núbia Guimarães, coordenadora assistente, este projeto está implantado desde março deste ano e vai continuar até março do próximo ano.

- O projeto ajuda os pacientes com HIV que estiverem internados no hospital – diz Núbia.

Abrindo portas é um projeto que promove a auto-estima, a sociabilização e o estímulo ao tratamento da Aids e prevenção ao HIV. Ele trabalha com oficinas, trabalhos manuais, de reciclagem e horticulturas. De acordo com Núbia, futuramente será implantada uma cooperativa.

A iniciativa tem obtido sucesso (estão cadastrados 60 portadores positivos e familiares). Ainda sem data determinada, será montada em shopping da cidade uma exposição dos trabalhos dos pacientes soros-positivos que estão cadastrados neste projeto.

- Algumas barracas serão expostas agora na praça da Matriz, nas festas de agosto. Serão barracas de alimentação e de exposições feitas pelos portadores, onde serão vendidos - declara Núbia.

As oficinas funcionam toda semana na sede do Grappa, nas quartas, quintas e sextas-feiras. Os interessados em participar do projeto podem procurar a entidade para se cadastrarem. Os requisitos são: ser portador, ou seja, soro positivo, ter baixa renda ou ser carente.

Mas Núbia Guimarães disse que há pessoas que não soros positivos participando do projeto. Atualmente no hospital Universitário Clemente Farias oito pacientes portadores do HIV estão internados.

UDI

Adotada pelo ministério da Saúde, em 1994, a estratégia de promover a saúde dos UDI - Usuários de drogas injetáveis mudou o perfil da epidemia no Brasil. Naquele ano, 21,4% dos casos de Aids notificados tiveram relação direta ou indireta com o uso de drogas por via venosa.

Em dez anos, diminuíram em 62% os casos da doença entre UDI. Em 1993, foram 4.926 notificações, considerando homens e mulheres. Em 2003, houve 1.871 casos de Aids nessa população específica, de acordo com o Boletim epidemiológico 2004.

Ações de estados, municípios e organizações da sociedade civil que adotam a redução de danos conseguem encaminhar 26% dos UDI a serviços de tratamento especializado. Atualmente, o Brasil dispõe de 85 Caps/AD - Centros de atenção psicossocial para tratamento de usuários de álcool e outras drogas.

Estima-se que hoje existem cerca de 193 mil UDIs no Brasil, segundo a pesquisa de conhecimento, atitudes e práticas relacionadas às infecções sexualmente transmissíveis, realizada no último ano numa parceria do MS e da Fundação Oswaldo Cruz.

A estratégia de redução de danos tem apoio do UNODC - Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime. Em junho de 2005, o braço da ONU divulgou o Relatório mundial sobre drogas, no qual destacou o controle da aids entre os UDIs do país. Segundo o estudo, o índice de portadores de HIV entre os usuários brasileiros é de 50%.

Para o diretor do Programa nacional de DST e Aids, Pedro Chequer, a parceria entre o governo brasileiro e a UNODC contribui para ampliar o acesso à informação e a disponibilidade de materiais para as ações de prevenção do HIV e outras doenças entre os usuários de drogas injetáveis.

- Esses fatores foram e continuam sendo cruciais para evitar riscos causados pelo uso de drogas, sobretudo as injetáveis. Não representam, portanto, sob nenhuma hipótese, uma prática para o incentivo ao consumo dessas substâncias – diz o diretor. (Com informações do MS)

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