Professor é uma coisa e educador é outra. Os educadores, pessoas que amam o ser humano, que aspiram por vê-lo crescer, têm paixão pelo que fazem, não dissociam a disciplina que ensinam dos valores a serem transmitidos e possuem uma postura ética que, por si só, incentiva os alunos a se comportarem e amarem o conhecimento. Por onde andarão?
Recorrendo a Rubem Alves, um verdadeiro educador, ele clama: "Educadores, onde estarão? Em que covas terão se escondido? Professores há aos milhares. Mas professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão: é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança".
O que vemos são professores ganhando mal, infelizes, com medo dos alunos e de seus pais. Tenho visto escolas com Polícia na porta e professores que são maltratados pelos alunos e, muitas vezes, até ameaçados de morte.
O professor "é um funcionário das instituições, (...) especialista em reprodução, peça num aparelho ideológico do Estado. Um educador, ao contrário, é um fundador de mundos, mediador de esperanças, pastor de projetos." (ALVES, Rubem, 1989, p.29).
Vamos pensar em suas palavras: "fundador de mundos", aquele que acredita que um outro mundo é possível e transmite essa fé para seus alunos; "mediador de esperanças", aquele que não mata os sonhos de seus discípulos, mas os incentiva, mantendo acesa a chama da esperança; "pastor de projetos", aquele que supervisiona, que ajuda a concretizar os conhecimentos que transmite, transformando-os em algo prático, numa realidade viva na vida de seus pupilos; aquele que anda lado a lado com eles, ajudando-os a concretizar seus sonhos, fazendo da sala de aula um verdadeiro laboratório.
Como diz Augusto Cury, em seu livro "O vendedor de sonhos", deveríamos dar "coragem para os inseguros, ousadia para os fóbicos, alegria para os que perderam o encanto pela vida, sensatez para os incautos, críticas para os pensadores" (2008).
Voltando a citar o mesmo autor, ele comenta em um trecho do livro supracitado: "no templo do conhecimento, na universidade, falta tolerância, estímulo a rebeldia do pensamento e uma dose de loucura para libertar a criatividade."
Os professores não costumam ensinar os educandos a perceber a beleza das pequenas coisas, que fazem o encanto da vida. É preciso ensinar a criança a olhar. Desenvolver a sensibilidade é principalmente educar o olhar e a escuta.
A sensibilidade aguça a imaginação que, por sua vez, gera a ação e a cognição. Para agir é preciso antes imaginar. Não me lembro de quem disse isso, mas, sem dúvida, é uma grande verdade: perder a razão é grave, mas mais grave ainda é perder a imaginação e o sentimento, a fantasia e a capacidade de sonhar e criar.
Maria Luiza
(Fica aqui a minha homenagem aos professores e, mais do que tudo, aos verdadeiros educadores.)