Luiz Carlos Amorim *
E chegou a primavera, e veio outubro e chega o dia da criança. Primavera, tempo de renovação, de vida que desabrocha, de esperança de tempos melhores. Isso tudo não e sinônimo de criança? A criança é a única esperança de que o ser humano tem de ser melhor, de transformar o mundo diminuindo a violência, ter mais saúde, educação e meio ambiente preservado, de aprendermos a cuidar melhor da natureza, para que haja um futuro.
E o mundo precisa de muitos e muitos meninos para ensinarem aos homens a salvar a natureza... Se os adultos de hoje souberem cuidar de nossos meninos e meninas, proporcionando uma educação decente e uma vida digna, com bons exemplos – nada a ver com o que vemos, hoje, em nossa “política” – as nossas crianças terão perspectiva de poder lutar por um mundo melhor amanhã. Mas temos que começar agora.
Não queria dar brinquedos de presente, apenas, para as crianças, no seu dia. Queria poder dar, para as crianças de hoje e de amanhã, rios vivos, limpos e claros, ar puro, alimento sem contaminação de agrotóxicos e produtos químicos, estações definidas, climas amenos, natureza preservada.
No entanto, não posso evitar que nossas crianças vejam desastres ecológicos por desrespeito à natureza, violência e falta de moral, falta de humanidade e de consciência, decorrentes da ganância e da miséria.
Os adultos, todos, até os donos do poder – principalmente eles – deviam ser mais crianças, para serem mais honestos, mais humanos. E quanto às crianças, se eu pudesse dar-lhes um conselho, pediria que crescessem, sim, mas que não se transformassem em “gente grande”: que fossem apenas gente. E que nunca, jamais, deixassem morrer a criança dentro de seus corações, seja qual for a idade que tenham.
Pois é da criança que emana a vida, alento, felicidade, poesia. É isto que brota de mãos pequeninas e faísca de olhos de luz, de pequeninos seres que chegam a este mundo que temos o dever de tornar melhor para que eles tenham um futuro mais promissor que o nosso.
Pequeno grande mundo que pode ser mais feliz, pois enquanto houver criança, teremos a certeza de que Deus ainda tem esperança no ser humano...
* Escritor e editor
lc.amorim@ig.combr