Hoje, o que mais se discute é a emergência da questão ambiental.
Sabemos que a preservação ambiental passa pela proposição coletiva de um novo modelo de desenvolvimento baseado num consumo consciente, solidário e responsável. Sabemos também que a degradação da sociedade moderna pela maldita lei do lucro impede que soluções mais abrangentes e socialmente justas possam ser efetivadas. As relações atuais se baseiam no lucro e, para mantê-lo, o homem é capaz de tudo, até mesmo destruir a sua casa, a sua morada, o planeta Terra.
É triste constatar que não é apenas a esfera econômica que se constitui em empecilho para a preservação ambiental. A política, ou melhor, a politicagem também é um empecilho. Então, conclui-se que a questão ambiental é eminentemente política e econômica.
Na esfera municipal, a politicagem é ainda mais intensa e perniciosa. Analisemos o caso de Montes Claros. A atual administração tem, há que se reconhecer, realizado um trabalho diferente e digno de elogios no tocante ao meio ambiente. Contudo, a necessidade de mostrar serviço tem feito com que assumam como seus, e unicamente seus, copiando até o nome, projetos de outrem sem respeito, sem consideração, sem ética. Sejamos mais específicos. Estamos nos referindo à recente publicação intitulada Revista Meio Ambiente, em que aparece como iniciativa da prefeitura um projeto intitulado Projeto de revitalização da Bacia do São Lamberto.
Nossa indignação vem do fato de que esse projeto nasceu de uma iniciativa da escola estadual Professor Plínio Ribeiro (Escola Normal) desde 2005, tendo sido também registrado no ministério das Cidades, e com o qual a própria prefeitura ganhou o prêmio Selo Unicef. Em 2007, a coordenação do projeto do Plínio Ribeiro procurou a secretaria municipal de Meio Ambiente, com o objetivo de unirem forças, no sentido de realizarem um trabalho em prol do Rio São Lamberto. Queríamos um trabalho que envolvesse não só a recuperação física, mas também uma revitalização do homem que vive às margens do São Lamberto, através da Educação ambiental.
Inclusive, no final do ano passado, a coordenação do projeto realizou uma palestra com moradores da região, com a presença de representantes da prefeitura, sinalizando a existência de uma parceria.
Por esses motivos, entristece-nos o fato de não haverem considerado as iniciativas tomadas pelo projeto da EE Professor Plínio Ribeiro e nem ao mesmo ter sido citado como parceiro numa iniciativa que tem data anterior e foi considerada pioneira.
Em tal publicação da prefeitura, são citados recursos recebidos para realizar as barraginhas. É uma soma considerável, em que também poderiam ser associadas ações de Educação ambiental, levando em conta atores sociais que já atuavam anteriormente, nesse caso, os alunos e professores da EE Professor Plínio Ribeiro.
Entendemos essa situação, como já foi dito, como politicagem perniciosa, que reflete falta de hombridade e desconsideração das iniciativas locais.
Para cuidar do meio ambiente temos que agir juntos, com honestidade, considerando o coletivo. Existe um conjunto de pessoas trabalhando, alunos e professores, passeatas e outras ações realizadas, visitas técnicas, entre outras ações. A prefeitura não pode ser apenas técnica. Deve ser mais abrangente, deve englobar as outras instâncias da comunidade e considerar as iniciativas locais.
Não temos a força política neste momento, nem a técnica que o FIDRO exige, mas temos a mobilização social, o envolvimento da comunidade. Já estávamos trabalhando e exigimos respeito!
A Coordenação do projeto de revitalização da Bacia do Rio São Lamberto