Prazer perigoso

Jornal O Norte
18/07/2005 às 15:56.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:48

Rodrigo de Paula

Em busca de diversão e entretenimento, os jovens encontram na “noite” o ambiente adequado para satisfazerem suas vontades e prazeres. A moda da vez são eventos de música eletrônica, conhecidos com “Rave” ou “Trance”. Entretanto, a tão procurada “satisfação” é estimulada pelo uso de uma droga conhecida como “ecstasy”, elaborada por síntese química e fabricada em laboratórios clandestinos. É um derivado da anfetamina e o seu princípio ativo é a metildioximetanfetamina (MDMA) – e geralmente o seu composto é adulterado. As drogas sintéticas, como o ecstasy, têm um potencial tóxico adicional devido à descontrolada variedade de substâncias que são oferecidas no mercado informal. Este tipo de droga, popularmente conhecida como a “droga do amor”, promete sensações que estimulam a atração física e geram euforia.

Comum nas grandes capitais, e geralmente consumido por usuários de maior poder aquisitivo, o ecstasy espalhou-se por todos os lugares como uma praga. Hoje em dia é “comum” encontrar pessoas que consomem ou já consumiram o produto. Porém, o risco de morte provocado pelo uso talvez não seja tão popular.

O ecstasy é uma das drogas mais populares no mundo hoje, e na maioria das vezes suas substâncias são variáveis e os seus componentes desconhecidos. Um comprimido pode estar adulterado com talco, comprimidos antidepressivos ou antiparasitários para gado e até por outras drogas de efeito mais potente como a mescalina e o ácido lisérgico (LSD). Calcula-se que aproximadamente um terço das pastilhas que são vendidas no mercado ilegal tem quantidade suficiente de MDMA, o seu principio ativo original.



Os efeitos provocados pelo consumo de pastilhas de 50 a 100 miligramas podem durar cerca de quatro a cinco horas. O ecstasy aumenta a disponibilidade dos neurotransmissores celebrais conhecidos como seretonina, provocando euforia. Também atua sobre uma região do cérebro conhecida como hipotálamo, responsável por regular a temperatura do corpo. Uma pessoa que consome uma pastilha pode dançar por muito tempo sem se cansar e, devido ao calor provocado pela intensa atividade física, sofrer uma violenta desidratação. O risco aumenta quando há consumo de álcool, pois seus efeitos diuréticos aceleram a perda de água no organismo, podendo causar até a morte.

Conforme orientações de especialistas no assunto, o uso freqüente desta droga provoca derrames cerebrais, seqüelas irreparáveis ao sistema nervoso, infartos, além de uma dependência química que impossibilita o convívio social. Ao contrário da diversão esperada, o uso proporciona um verdadeiro “inferno” tratando-se de equilíbrio emocional - a euforia momentânea e inicial se transforma em depressão difícil de ser tratada.

F.A.P., dependente químico há cinco anos, relata que teve o primeiro contato com este tipo de droga por influência de “amigos”. A princípio, o uso proporcionava diversão e popularidade, porém, devido à depressão ocasionada pelo uso do ecstasy, perdeu seu emprego, desistiu da faculdade de educação física, tentou suicídio e, conseqüentemente, foi abandonado pelas pessoas que convivia. Hoje F.A.P. (vinte anos de idade) faz terapia para vencer a depressão e recomeçar uma vida normal.

Mas não é somente com a saúde que o usuário corre risco, quem utiliza, porta ou comercializa este tipo de droga, pode sofrer punições severas da justiça, pelo fato de se tratar de um crime “hediondo” - cuja pena é reclusão de três a quinze anos. Penalidade que não compensa o prazer da aventura.

Quantos exemplos serão necessários para alertar os jovens dos perigos que envolvem não só esta droga, mas todas as outras que são oferecidas constantemente em festas, escolas, por “amigos” ou traficantes? É preciso lembrar que a primeira dose representa o início dos “degraus da escada” que leva ao vício e a tristeza.

A melhor forma de evitar que jovens destruam suas vidas em troca de prazeres momentâneos é a prevenção, que consiste na consciência dos males causados, tanto na saúde, quanto no aspecto social. O que tem que ficar claro é que o único prazer que não sai de moda é ter saúde e ser feliz sem depender desta droga ou de qualquer outra.




Este texto faz parte da página produzida pelos acadêmicos do curso de Jornalismo do CRECIH/Funorte


Editores: Ana Gabriela Ribeiro e Elpidio Rocha


Coordenador do Curso: Ailton Rocha Araújo


Coordenadora de produção: Tatiana Murta

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