Luís Alberto Caldeira
Jornalista
Meu protesto, silencioso e solitário, foi pela falta de uma democracia plena, que não dá direito de uma exposição igual para todos os candidatos. Na maioria dos casos, ganha-se eleição no Brasil quem tem mais dinheiro para gastar, para colar adesivos nos vidros dos carros, para colocar painéis nas ruas e pagar formiguinhas para balançar bandeiras nas esquinas.
Muita gente diz que o Brasil não muda. Mas o Brasil não muda porque os políticos que estão no poder não mudam. Grande parte de nossos governantes ocupam cargos legislativos há mais de 30 anos. Isso acaba com a ideia da representatividade da população para se transformar em profissão e emprego público.
Essa realidade só vai se alterar quando o voto for facultativo, deixando de ser como é hoje, quando a maioria das pessoas vota por obrigação e não para poder mudar o país.
Foram diversas as reações diante de uma simples bola vermelha de plástico adicionada a um rosto limpo. Risos, respeito, indiferença, repulsa. Posso não mudar o mundo, mas tenho vontade de fazer isto. E se a manifestação de minhas crenças – sem forçar ninguém a nada – fizer com que mais um pense igual, então eu atingi o meu objetivo.
PS.: Se até o Tiririca se candidatou, tenho certeza que não sou o único eleitor palhaço...