Felippe Prates *
Às vezes acordamos de mau humor, ou recebemos logo pela manhã uma notícia triste – uma má nova. Para levantar o astral e garantir um dia agradável, proveitoso, basta visitar o Pimentel.
Sua loja, que tem seu nome, é enorme – do tamanho de seu coração.
Localizada nas esquinas da Avenida Sanitária com Geraldo Athayde, é especializada em canos, silenciosos etc. Lá, Pimentel – batizado João Aparecido dos Santos Pimentel, com apelido de Eugênio – recebe, sempre bem humorado e com um ótimo cafezinho feito na hora, amigos e fregueses com aquele seu jeito muito dele, sem qualquer distinção social, com o mesmo sorriso franco, pronto para contar e ouvir as últimas notícias. Na verdade, muito bem informado, fica difícil transmitir-lhe algum fato novo.
Montes Claros está crescendo num ritmo incrivelmente acelerado e já adquire ares de grande cidade, impessoal e fria. Quando ainda se encontra alguém como Pimentel, que faz questão de conservar o espírito romântico do comércio de ontem, personalizado, é preciso registrar com boas letras e valorizar. Ele conhece todo mundo pela filiação, ou seja, sabe o nome dos pais e avós de fulano ou beltrano, além de sua índole, a história de sua vida e até seu caráter. Sem que disso faça mau uso.
Menino pobre nascido em Francisco Sá, vendeu loteria trabalhando com Sérgio Lafetá – uma grata e apaixonada lembrança, que nós ambos curtimos com gosto, pois esta é uma saudade que gostamos de ter. Comeu o pão que o diabo amassou em Brasília, durante sua construção, retornou a Montes Claros, estabeleceu-se no comércio e venceu.
E como venceu/image/image.jpg?f=3x2&w=300&q=0.3"right">* Jornalista e escritor
Fale conosco: felippeprates@ig.com.br e figure no livro Nós, os Prates – modéstia à parte..., em fase de redação por este autor.