Paulo César Gonçalves de Almeida
Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)
A pesquisa é um pilar nobre numa instituição de ensino superior. E na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), a investigação científica ultrapassa as fronteiras da instituição, para servir de propulsão ao desenvolvimento social, intelectual, cultural e econômico no seio da comunidade.
Envolvendo mais de 300 professores/pesquisadores, com o apoio valioso, decisivo e indispensável, especialmente da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), mas também do CNPq, CAPES, FINEP, Banco do Nordeste, entre outros, parceiros e avalistas inclusive na implementação de vários programas de iniciação científica.
Somente em 2007 foram aprovados e iniciados 167 novos projetos, representando recursos financeiros da ordem de R$ 5.274.001.23. Ao todo, são desenvolvidos hoje na Unimontes, nas diversas áreas do conhecimento, mais de 300 projetos de investigação científica.
Aos olhos do leigo, este cenário da pesquisa científica avançada na Unimontes, que conta ainda com Comitê de Ética em Pesquisa; Núcleo de Propriedade Intelectual, e revista Unimontes Científica, além das irrefutáveis conquistas registradas nos últimos anos na área da pós-graduação Stricto sensu, pouco pode representar.
Diferente é a leitura feita por aqueles inseridos no universo acadêmico, que conhecem os avanços alcançados e os benefícios colocados à disposição da sociedade a partir da pesquisa acadêmica e científica desenvolvida pela Unimontes.
A pesquisa, hoje, como no passado, sustenta a Universidade que se quer criadora, desatadora de nós. A idéia de universidade nasceu no ocidente pós-romano, escudada que foi pela Igreja Católica. Depois da desagregação do Império Romano, conforme explica o professor João Pereira Coutinho, o monarquismo europeu fez o resgate, a preservação e a transmissão da cultura clássica.
Ao contrário das culturas animistas da Antiguidade, onde a natureza e seus caprichos eram vistos como além do entendimento humano, a universidade medieval assumiu o quadrivium e o trivium.
O primeiro, por meio do estudo da aritmética, da geometria, da astronomia e da música, conferia ao cientista medievo a contemplação do universo. O segundo era sustentado pela gramática, retórica e pela lógica, permitindo a articulação racional dessa mesma contemplação.
Perscrutar o mundo, os seus sons, envolvendo fé e razão; procurar respostas e aprender, numa visão filosófico-teológica, ou baseada naturalmente no campo racional, isto formatou o pesquisar e o descobrir no devir humano.
Sócrates, nos diálogos de Platão, através de perguntas, levava o interlocutor a descobrir a aproximação da verdade. Santo Agostinho em De Magistro, quando dialoga com o filho Adeodato, fruto de uma relação antes da conversão e que morreu muito jovem, didaticamente ensina que conhecer é recordar e aprender é descobrir em si as verdades eternas mesmo sem disso estar consciente: “as verdades não são transmitidas; são descobertas”.
No universo atual, a visão empírica apenas não basta. As respostas são mais urgentes, os instrumentos nas mãos dos cientistas e dos pesquisadores são aperfeiçoados pelo arcabouço tecnológico sempre em mutação. E a Unimontes destaca-se pelos resultados obtidos com a pesquisa científica contínua e proficiente.
Pesquisar e descobrir, papel que a Universidade Estadual de Montes Claros não deixa de cumprir.