Pesquisa anuncia novos meios de combate ao mal de Chagas

Jornal O Norte
15/07/2005 às 21:42.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:48

Uma equipe internacional avança na identificação do mecanismo pelo qual o parasita responsável pelo mal de Chagas, que provoca cerca de 50 mil mortes por ano na América Latina, atinge o sistema de imunidade da pessoa infectada.

- Isto permitirá que encontremos alvos para determinar os tratamentos médicos - disse a bióloga Argentina, Elisabet Scalar, do Instituto para pesquisa genômica, em Maryland, nos EUA.

- Temos de achar uma cura para esta doença - afirmou.

Scalar faz parte de uma equipe formada por cientistas do Brasil, Estados Unidos, Europa, Argentina e Venezuela que estudou o mapa genético de três parasitas relacionados entre si, mas que causam doenças diferentes, entre elas o mal de Chagas. As pesquisas dirigidas por Najib El-Sayed estão na prestigiada revista Science. Estes parasitas são o Trypanosoma cruzi, que causa o mal de Chagas, o Trypanosoma brucei, que causa na África a chamada doença do sono, e o Leishamania major, que causa a doença calazar.

Mais de 20 milhões de pessoas na América Latina são vítimas do mal de Chagas, e cerca de 50 mil pessoas morrem anualmente por essa doença do México até o sul do continente.

DOENÇA DO SONO

De acordo com a Organização mundial da saúde, a tripanosomíase ou doença do sono infecta mais de 400 mil pessoas e ameaça cerca de 60 milhões de humanos, em 36 países ao sul do Saara. A leishmaniose é endêmica em 88 países e pode ameaçar cerca de 300 milhões de pessoas.

Os três parasitas causam doenças que são muito diferentes e são transmitidas por insetos muito diferentes, mas os cientistas descobriram que estes agentes patógenos têm um núcleo de aproximadamente 6.200 genes cujos parecidos superam suas diferenças.

De acordo com o estudo, quando se analisam os genes básicos, conclui-se que são muito similares. O propósito foi identificar os genes que estejam relacionados com a patologia da doença.

A observação da seqüência genética destes parasitas permitiu identificar a presença de uma família de genes muito extensa que contém relacionados mais de mil genes e que podem estar envolvidos na forma como o parasita evita a resposta imune da pessoa infectada, acrescenta a pesquisa.

O núcleo de genes comuns é extremamente importante porque pode proporcionar os alvos para uma nova geração de remédios que combatam os três parasitas que ameaçam milhões de pessoas no mundo todo. Por enquanto não há vacinas, e existem poucos remédios inadequados para combater estas doenças devastadoras.

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