Parem de matar nossas crianças!

Jornal O Norte
Publicado em 17/05/2008 às 10:19.Atualizado em 15/11/2021 às 07:33.

(*) Flávio Alexandre Mendes Santos



Tudo parece estar de cabeça para baixo, minha avó já dizia “É fim de era...”. A violência que atinge o ser humano não tem limite. E não pense que estou falando somente do caso Isabella ou do caso do austríaco que encarcerou e abusou sexualmente de sua própria filha durante 24 anos, estou falando de desestruturação da família, do desrespeito com a vida, da falta de valores e, principalmente, da falta de fé das pessoas.



O assassinato da garota Isabella está sendo intensamente explorado pela imprensa brasileira. Mas penso que deveríamos não somente se levar pelas emoções produzidas pela imprensa, é momento de reflexão e não somente de comoção.



A violência provoca indignação, é claro, mas ela também revela outras dimensões que precisamos rever em nossas estruturas sociais e no consciente coletivo.



Primeiramente temos que refletir sobre a violência que nossas crianças vêm enfrentando e, na maioria das vezes, ou talvez em quase todas as vezes, não chegam à mídia, nem sequer à polícia. Todos os dias milhares de crianças são mortas fisicamente, psicologicamente ou moralmente em todo o país. São crianças abusadas sexualmente, sem direitos sociais básicos, muitas até assassinadas antes de nascer, sem nenhum tipo de defesa. Isso é justo? E nós não vamos fazer nada?



Justiça com as próprias mãos não é o melhor caminho, o mal se combate com o bem. E as pessoas do bem não podem se rebaixar ao nível daquelas que praticam o mal. Sei que falar de perdão neste momento parece até brincadeira, mas não podemos esquecer que não se trata apenas de perdoar, mas de deixar que o amor tome conta de nossas atitudes. Não podemos nos tornar pessoas escravas na vida moderna, robôs sem sentimento. É preciso repensar nossas ações, nossos sentimentos e isso começa em casa. Vamos começar agora?



“Quando começamos a amar, tudo se transforma. Não espere toda a sua vida mudar, para depois começar a amar. Ao contrário: comece amando e tudo vai se transformar em sua vida.”


 


(*) Acadêmico em Ciências Sociais. Membro da Pastoral da Criança e da Renovação Carismática Católica.

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