Georgino Neto
Tenho tido a incrível sorte, privilégio mesmo, de conhecer pessoas iluminadas ao longo de minha vida. É bem verdade que algumas almas espinhosas arranharam minha carne, mas nunca o suficiente para me tornar descrédito em relação à bondade humana. Como disse, a presença de corações abençoados sempre me curaram das feridas da vida. Pode até parecer meio clichê, senso-comum demasiado, mas ter amigos é de fato o maior tesouro que alguém possa ter na vida.
Digo isto motivado pelo reconhecimento (amigos não se conhecem, se reconhecem) de um sujeito especial. Questionador, inquieto, competente, solícito. Segundo o próprio, um cara apaixonado pelo que faz (desconfio que as pessoas que amam o que fazem são as melhores pessoas).
Nossos pais se conheceram e se reconheceram por estes montes claros de anos passados. Seu pai, já uma estrela de luz intensa, é tido como um dos maiores (para o meu pai, o maior) jogador de futebol que esta cidade já teve a oportunidade de ver. Meu pai, um artista (poeta, desenhista, cronista, e mais algumas coisas que não me lembro) disfarçado de professor universitário. Quisera o destino que os filhos destes dois homens grandiosos, tivessem a grata oportunidade de também serem amigos. Ele, um perna de pau assumido, mas craque na arte da comunicação, narrando jogadas e desfiando talento jornalístico com a mesma destreza e força de um chute de um tal Nilson Espoletão. Eu, nem tão perna de pau assim, lutando para fazer do meu ofício de docência uma arte tão encantadora como os desenhos de um certo Georgino Júnior.
Pois é. Cá estamos, Nairlan Clayton e Georgino Neto, a reinventar amizades, cunhada no respeito pela competência e pela paixão das nossas profissões.
Esta é a única forma que tenho para lhe agradecer, amigo. Para palavras, palavras. Se existe uma maneira de eternizar um sentimento de gratidão, que seja a gratidão externada em sinceras palavras.
Pode parecer pouco. Mas para amigos especiais, é mais que suficientemente necessário. No fundo, creio mesmo que o silêncio bastaria.