Iran Rêgo


Médico espírita

Estou órfão de opinião. Meu inspirador foi para o lugar que merece: a bem-aventurança. Sempre gostei de conversar com padre Murta, pois aprendia tudo que era possível aprender de forma racional e filosófica ou mesmo simplesmente por empirismo.

Padre Murta, o mais espiritualizado dos padres que conheci, o mais culto dos mineiros, quiçá dos brasileiros. Poliglota, humanista, pedagogo, antropólogo, teólogo e qualquer “ólogo”que quiserem citar.

Recortava as minha crônicas espíritas para , em cada sábado, depois da missa e depois da minha visita aos clientes internados, discutirmos e debatermos o que havia escrito e publicado nos jornais. Como aprendi... como via a lucidez do raciocínio enriquecer meus artigos, que a cada dia melhoravam. Não ás minhas expensas mas ás expensas  do padre meu professor particular e orientador nas teses espíritas. Ele discordava ? Nunca. Antes, enriquecia com a sua fantástica sabedoria e compreensão do amanhã.

Pedia livros para ler (nunca os devolvia) mas emitia sua opinião: Iran como explicar um Chico Xavier? Respondia-lhe: não precisa, “seu”padre. Como também não precisamos explicar padre Murta. Ele não foi... ele é !

Iran, nunca li nada sobre S. Paulo, como no livro “Paulo e Estevão”de Emmanuel ( psicografia de Chico Xavier). Reli o livro. Aos borbotões de lágrimas, pois na releitura comecei a ver o que não vi na primeira vez: a verdadeira vida. A verdadeira missão do homem na terra, que padre Murta viu de imediato.

Como somos pequenos perante a grandeza de um padre Murta.     Como somos ínfimos, no menor grau de concepção, perante a tanta sabedoria e a tanto conhecimento.

Não peço a Deus e a Jesus para recebê-lo, pois seu lugar já está certo ao lado daqueles que são os faróis do mundo. Ao lado dos santos não canonizados.

Sentirei sua falta. Com quem vou aprender? Talvez com você mesmo em inspiração e conselhos, que, tenho convicção: não dispensarei jamais!