Everaldo Ramos
Professor
Lamentável a decisão do Partido Verde e da ex candidata Marina Silva tomada esse final de semana, em relação a posição a ser tomada no segundo turno das eleições presidenciais.Ao optarem pela neutralidade, ratificam uma posição maniqueísta que não combina muito com o debate democrático.
Neutralidade ao meu ver e a maneira mais vil e covarde que possa vir existir no fazer político.Em política e preciso que se tenha lado, que se assuma uma posição e a defenda com bravura e bons argumentos.
Num momento tão importante como este para o país,onde grandes compromissos programáticos poderia ser construídos,vem o partido verde com essa estorinha para boi dormir de optarem pela neutralidade.Isso está cheirando a um acordo muito bem costurado, onde o partido e a sua direção nitidamente de perfil conservador,por debaixo dos panos apoiaria o candidato do PSDB mais parecido com eles, deixando a ex candidata Marina Silva a liberdade para apoiar a candidata do PT de quem foi colega no ministério do governo Lula. Se for assim menos mal, pois é sabido, que o partido verde se resume especificamente em Marina. Seguidora de uma tradição na política brasileira, onde os partidos se resumem em um ou dois nomes, Marina provou nesse primeiro turno que é o nome que o partido verde tanto necessitava, para dar eco ao seu discurso de sustentabilidade.
O fato é que a decisão dos verdes expressa a mais pura falta de compromisso com o Brasil além de falta de respeito com aqueles que no primeiro turno optaram em votar na Marina.
Quem perde com tal decisão? Certamente o debate político nacional, já que os dois candidatos que disputam o segundo turno já podiam imaginar a jogada dos verdes. Amanhã ou depois estarão os verdes de novo numa disputa eleitoral e poderão estar em algum segundo turno, necessitando de apoio do PT ou PSDB, aí se arrependeram amargamente de um dia, terem sidos covardes, omissos n a defesa do discurso maniqueísta da neutralidade. Os verdes fizeram na política o que a fazem na militância ambiental, se entrincheiram e empunharam a bandeira radical e individualista de se colocarem acima de tudo e de todos. Mostraram ao Brasil e ao mundo que em política talvez ainda precisem amadurecerem um pouco mais.