Dário Teixeira Cotrim
Terá que vocês se lembram do episódio do “bispo” Sérgio von Helde, da Igreja Universal do Reino de Deus, quando ele deu vários chutes contra a imagem de Nossa Senhora Aparecida, com indizível furor, no dia 12 de outubro de 1995? Pois bem meus caros leitores, este fato considerado de extrema gravidade volta a acontecer com total desfaçatez. O jornal O NORTE DE MINAS, na edição de cinco deste mês, estampa manchete dizendo que “Apenas Santo Expedito se salva de ação de vândalo na sua Igreja”. Pode ter sido a imagem de Santo Expedito salvo da ira maligna daquele aloprado devoto de outra seita, mas a nossa fé católica não foi salva, ela foi abatida, saqueada, desmoralizada, ultrajada por este sortilégio de desrespeito, de inveja e de descaso para com as nossas tradições e para com os nossos costumes. A igreja Católica é considerada uma crença universal e de tradição secular. Ela pode ter lá os seus defeitos, mas deve ser encarada com o devido respeito e a devoção que tanto merece. A igreja Católica se completa de dogmas e práticas próprias de uma fé inabalável na ação da cristandade e no amor celestial. Se existem intrusos, esses são os que por aqui chegaram muito tempo depois. Lógico que todas as regras têm as suas exceções e, para estas exceções não vai aqui nenhuma carapuça a assentar-lhe à cabeça, pois elas merecem da mesma forma, o nosso respeito e a nossa admiração.
Voltando ao cerne da questão, acreditamos que o proprietário da Igreja Universal Reino de Deus, o “bispo” Edir Macedo, que recebeu recentemente a visita do presidente Lula quando da instalação de uma nova Rede de Televisão, foi com aviltante imposição o incentivador do seu colega a praticar aquele ato hediondo contra a nossa religiosidade e, por isso pode muito bem ser o único responsável por tudo que está acontecendo contra a Igreja Católica Apostólica e Romana no Brasil. Fazendo uma retrospectiva aos fatos, sabemos que a Rede Record transmitiu durante a madrugada do dia 12 de outubro de 1995, cenas deprimentes, todas elas acontecidas dentro da própria Igreja do “bispo” Edir Macedo, onde a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi covardemente desrespeitada, chutada e excomungada pelos seus outros “bispos” que incutiam, com o efeito de maleficiar, na cabeça de seus devotados seguidores de que aquela imagem era apenas um objeto de barro e, portanto, não carecia de nenhuma veneração.
Para quem não sabe, numa outra oportunidade, o Tribunal Regional Federal determinou abertura de processo criminal contra o “bispo” Edir Macedo, denunciando-o da prática de crimes de descaminho e uso de documento falso em importação de equipamentos para a Rádio Record S.A, conforme notícia publicada no jornal O Estado de São Paulo, de 14 de julho de 2000. É esse o homem-deus que promete aos incautos fiéis um paraíso pleno de festas e de faturas glorificadas no Senhor! É esse o homem-santo que enriqueceu ilicitamente abusando da ignorância de um povo sofrido e carente de tudo.
O ensino maléfico do “bispo” Edir Macedo ainda hoje ronda as igrejas católicas no intuito de destruir as suas imagens e também a fé naquilo que aprendemos a respeitar e cultuar em nome de Jesus Cristo. Aproximando o dia de Nossa Senhora Aparecida, fiéis irresponsáveis de outras seitas já procuram meios de macular as nossas convicções religiosas. Na verdade, a religiosidade no Brasil de hoje já virou caso de Polícia. Disse o Jornal O Norte de Minas que se trata de “um crime à fé católica, [pois] três imagens tidas como santas foram destruídas por um vândalo (...) na igreja de Santo Expedito, localizado no bairro que leva o seu nome”. A liberdade da prática religiosa deve permanecer para que o povo possa escolher o que bem lhe convier, entretanto o respeito a essa liberdade está cada vez mais escasso devido à proliferação de igrejas por todos os lugares. Hoje em dia a igreja não é mais a Casa de Deus, mas sim um comércio disputado com unhas e dentes devido ao seu alto grau de lucratividade. A diferença é que aqui se trata de um comércio que não paga impostos e nem sequer é incomodado pelo PROCON por oferecer indultos duvidosos e prejudiciais aos interesses de seus ingênuos seguidores.