Ernane Camisasca
Sim, já soube de ti e da vida, homem da vida.
Já me contaram sobre todos os passos teus filho do vento.
O vento feroz e uivante que sopra as águas sutis dos rios que existem.
Ainda.
Quis saber mais.
Procurei por todas as partes eterna e infinita galáxia, todos os caminhos que os teus delicados pés percorrerão.
De ti, nada mais consegui saber a mais do que já sabia.
Daquele feroz vendaval, procurei saber onde estavas.
Em resposta, ouvi o silêncio.
Em seguida, quis saber do doce soprar de calmos serenos de manhãs bem manhãs, onde estavas tu.
Mais uma vez, o silêncio me veio como resposta.
Quis decepcionar-me.
Orei.
Em minhas orações, consegui pelo menos, ver-te mais real.
Orei.
Pelos ventos. Pelas orações. Pela vida. Pelos homens.
Sim, orei!
Orei pelas vastas mãos de nossa liberdade.
Tão sonhada.
Orei!
Orei sim pelas dolorosas chagas abertas em corações de homens, por homens.
Orei!
Sim, orei pelos vastos campos estragados por imposições ilógicas.
Orei por todas as mulheres novas e velhas.
Donzelas e meretrizes.
Sim homem, orei pelo tempo.
Sim homem, orei pelo espaço perdido.
Sim homem, orei pela beleza das rosas.
Homem, por mim, orei.
Homem, pela vida minha orei.
Orei sim!
Orei por ela.
Orei pela vida dela.
Orei pela nossa vida.
Cristo!!!
Por ti, orei.