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Quarta-Feira,14 de Maio

"Obrigado gente". Conosco, João Bosco

Jornal O Norte
Publicado em 03/08/2009 às 10:15.Atualizado em 15/11/2021 às 07:06.

Cristóvão Barreto


Administrador de Empresas



Foi uma feliz ideia, da comissão organizadora da Fenics, nos brindar, trazendo a Montes Claros este mineiro de Ponte Nova nascido em 1946 e que, desde os quatro anos, já cantava nas missas de sua paróquia e, aos doze, forma um conjunto de rock.



Em 1962, vai para Ouro Preto, onde faz o científico para, depois, ingressar na escola técnica de Mineralogia e, posteriormente, conclui o curso de Engenharia Civil, formando-se em 1972.



Paralelamente aos estudos, João Bosco não abandonou a música, sendo influenciado pelo jazz e pelo tropicalismo.



Conheceu Vinicius de Morais em 1967 e compôs com ele algumas músicas, porém, foi em 1970 que encontrou Aldir Blanc, que viria a ser o parceiro mais constante e, com ele, compõe grandes pérolas do cancioneiro popular brasileiro, como Falso Brilhante, Corsário, O Ronco da Cuíca, Dois pra Lá e Dois pra Cá, entre outras.



Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1973, onde faz sua primeira gravação, pela RCA Vitor, e onde , em parceria com Aldir, compõe Dois pra Lá e Dois pra Cá, O Mestre Sala dos Mares.



Daí para frente sua carreira dispara e os sucessos vão se acumulando, tanto como compositor, quanto como cantor.



Mostrando também o valor do seu caráter, quando em 1976, junto com Aldir, recusa o prêmio “Golfinho de Ouro”, em favor do compositor Cartola.



Em 1979, Elis Regina grava aquele que seria um dos seus maiores sucessos com Aldir, O Bêbado e a Equilibrista, que se tornou um clássico.



Em 1983 participou do festival internacional de Montreux, recebendo elogios de jornais como Le Monde e, daí para a frente, participou de diversos festivais internacionais e de turnês pela Europa. Sua carreira seguiu carregada de sucessos, no Brasil e no exterior, apesar da parceria com Aldir Blanc ter dado uma pausa por volta dos anos 80.



Passa a interpretar músicas de diversos autores e, com seu filho Francisco, grava em 2000 o disco Na Esquina e, com ele, pesquisa diversos ritmos, principalmente da música negra, de origem africana, cubana, americana.



Recebe o título de “Cidadão de Ouro Preto” em 2002.



Voltou a fazer parceria com o velho companheiro Aldir em 2006, quando lançou Obrigado Gente, gravado no auditório Ibirapuera, em São Paulo, ao lado de diversos cantores e músicos consagrados.



Atualmente está preparando o lançamento do CD NÃO VOU PARA O CÉU, MAS JÁ NÃO VIVO NO CHÃO, em parceria com o filho Francisco e Aldir Blanc. Neste CD, João Bosco retorna às suas origens em Ponte Nova e a influência da sua vivência estudantil em Ouro Preto.



As interpretações de Bosco são quase sempre carregadas pelo forte uso de arranjos vocais, que marcam de maneira bastante peculiar e agradável suas canções, e o uso das suas cordas vocais é muito bem aproveitado, dando uma sonoridade que mistura a percussão e até a batida do violão, que ele toca divinamente.



Porém, neste novo CD, o 24º de sua carreira, João Bosco confessa que quase não usa esses artifícios, inclusive o incrível falsete, a pedido do seu filho Francisco, que preferiu mais naturalidade nas músicas.



Vamos ter portanto entre nós um dos maiores cantores-compositores, dono de uma voz e de artifícios com a mesma, que são a marca registrada deste grande João Bosco, além de um violão que, aos nossos ouvidos, vão fluir de uma forma inesquecível.

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