Ronaldo José de Almeida
Na casa de Salustiano chegou uma moça de 18 anos, muito bonita, corpo bem feito, cabelos longos e de sorriso encantador.
Foi recebida por dona Arminda, que logo a levou à presença do marido.
- Salu, olhe a moça bonita que nossa afilhada virou, é a filha de compadre Abel, ela vai passar uma temporada aqui com a gente.
O marido visivelmente impressionado com a beleza da moça respondeu:
- É a nossa afilhada mesmo, Arminda? Mas que moça bonita, chegue aqui, minha afilhada, dá um abraço no padrinho.
Muito acanhada, abraçou o padrinho, porém notou as intenções duvidosas do homem e correspondeu com um sorriso lascivo.
A moça chamava-se Rita de Cássia, mais conhecida como Ritinha, e os pais a mandaram para a casa do Salustiano, devido a seu comportamento indevido; era muito namoradeira e estava dando trabalho aos pais.
Salustiano tinha sido consultado pelo Abel, pai da moça, sobre a possibilidade de hospedarem a afilhada por algum tempo, e de bom grado aceitou, imediatamente, porém, quando foi apresentado a ela fingiu nada saber.
Durante almoço, o padrinho e a afilhada trocaram olhares que denotavam sensualidade. Por parte da moça viam-se sorrisos provocativos, que deixavam Salustiano louco.
À noite, durante o jantar, a cena repetiu-se, o padrinho já não agüentava mais de tanto desejo. A moça divertia-se com o acontecido, e o provocava mais ainda.
Quando todos já estavam dormindo, dona Armênia notou que o marido não estava na cama, levantou-se e saiu à sua procura.
Conhecendo o marido como só ela conhecia, foi em direção ao quarto da afilhada e viu Salustiano abrindo a porta devagar para não fazer barulho.
Ela chegou bem de mansinho perto dele e disse:
- Procurando alguma coisa, Salu?
O marido assustou-se e respondeu indignado:
- Nada não, meu amor. Você acredita que a nossa afilhada foi dormir sem me pedir a bênção? Que desaforo dessa menina, eu ia lhe acordar e pedir explicação.