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Sexta-Feira,20 de Setembro

O meu amor não ousa dizer o nome

Jornal O Norte
01/11/2005 às 19:23.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:53

Carla Damêane *

Nem fato ao reverso ou arrependimento confuso


Faz voltar o tempo


Na carne dura da vida


Faz tremer a terra


Com o desabamento do que é verdadeiro


Fez parecer sonho, ilusão, metáfora


Sem mesmo saber o objetivo de nossa viagem


Pronta para cantar ao restante de teus dias


Até lá, culpada a desventura


Até aqui somos todos inocentes

Que forca a morte leva a bruxa amante?


Que espada o corte lança laços de cetim?


Como amarrastes meus cadarços tantas vezes


A teus pés acorrentou a prisioneira


Ao mesmo tempo capital nervoso repugnante


Enojando a minha cara subversiva


Encarcerada em uma cela anaglífica


E com a mordaça de calar desejos


Calou também o esporro


Não escarrei como um PUNK


Contra sua bandeira de defesa


A Deus, A terra, e A Família


E com a tortura de lembrar crimes


Lembrei também dos planos


E não acusei como cúmplice


O restante de mim que esteve livre


Solto, gozando a rotina


Celebrando as bodas de Ócio


Declarando a sua fortuna


A minha toda, era um coração curraleiro


Na clandestinidade de não saber


E não querer saber a sua resposta


Ou a do mundo


Apenas ser o restante em pele de macaca


A pedrazinha no caminho leva e traz da insistência


Sem medo de viver completa


E buscando pelo que antes me faltava


E agora sobra

* Acadêmica do 7º período de Letras Espanhol na Unimontes


carlotadameane@click21.com.br

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