Juarez Alvarenga (*)
A evolução da humanidade na atualidade é extremamente acelerada em todos os setores humanos. O que acontecia em cem anos antigamente hoje acontece em dez anos.
A hierarquização humana sempre existiu e sempre existirá. Mas no mundo moderno ela está cada vez mais tênue.
No relacionamento entre países o desequilíbrio fazia parte do jogo. E no topo estava os EUA numa posição incontestável e intocável. Sua hegemonia era absoluta.
Hoje no relacionamento moderno entre nações está acontecendo o que aconteceu na minha bucólica Coqueiral. O povo subiu e as elites desceram substancialmente, nivelando a cidade. Entre as nações novas forças surgiram e o EUA desceu nivelando o jogo de interesses. Não acredito em simetria absoluta, mas num mundo menos assimétrico é totalmente factual.
Os EUA não estão preparados para a competitividade contemporânea. Sabia como ninguém fazer o jogo da imposição onde os países eram subalternos e aderia aos seus interesses cegamente. Hoje não sabe fazer o jogo das concessões onde é necessário ceder para não perder tudo, sabia sim como ninguém ganhar tudo, mas dividir lucros não estava nos seus planos.
O relacionamento moderno para existir tem que haver uma socialização de lucros e não uma maximização como os EUA estavam acostumados.
Estamos numa nova era onde a democratização de oportunidades é visível não só entre os países como também entre as pessoas.
Não acredito em jogo igual, mas em jogo menos desigual. Antigamente existia lavada no relacionamento interpessoal e entre nações, hoje é natural haver vitória mais apertada.
O mundo moderno é de conservação da propriedade privada e simultaneamente da evolução individual. Para clarear meu raciocínio vemos a ascensão da classe “C”. Isto é resultado de mérito pessoal de seus membros e não de dádiva patronal ou estratégia governamental. Um ser humano isolado melhor qualificado é melhor também do que qualquer teoria utópica socialista.
Por isto acreditamos que o mundo contemporâneo não tem donos como antigamente, mas sim conquistadores.
Cabe ao Brasil conquistar seu espaço deste que faça jogo duro seja com o EUA ou qualquer outra nação.
(*) Advogado e escritor - juarezlalvarenga@ig.com.br